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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

UMA DECISÃO BEM LEGAL

Dona Bilu, a minha mais nova, e, quase, centenária amiga, me liga alvoroçada e com uma voz de quem está “pregada” da maratona carnavalesca vivida em Guarapari na última semana. “Olá, meu amigo, estou chegando ao Maracanã”, diz ela via celular, “cheguei ontem, ainda bem cansada, mas hoje pedi ao meu neto que me trouxesse ao palco da decisão da Taça Guanabara para ver meu Botafogo”. Recebi a ligação com lágrimas nos olhos, eu já disse prá vocês o prazer de conhecer a nossa quase centenária Bilu, uma carioca/capixaba, alvinegra de boa cepa, e amiga de Heleno de Freitas, o antigo artilheiro do Botafogo na década de 40. Passamos quatro dias falando de bola, de veteranos craques e de carnaval, e, no domingo, a senhorinha já estava animada para ver a decisão contra o Vasco. “Vamos nos vingar, meu amigo, o Vasco não irá travar a sorte do Joelzinho”. Tomara, dizia eu na ocasião. Ao chegar para um almoço, no Restaurante Bolinhas, na principal avenida de Guarapari, onde o garçom Luiz Carlos, vas

A CENTENÁRIA DONA BILU

O tempo não passou para dona Bilú, uma senhorinha que beira aos cem anos e cuja atividade me impressionou. Bilu, me perdoe a intimidade minha cara centenária, vai a praia e não deixa ninguém lhe pegar a cadeira ou barraca, ela mesma as carrega e ai de quem insistir a prestar este favor. Ontem eu conheci, mais de perto, esta mulher incrível e fiquei ainda mais surpreso quando descobri sua paixão pelo futebol. O seu conhecimento é vasto e sua memória prodigiosa me fez lembrar o jovem Yves, mas cá prá nós, ter dezessete anos e um computador à frente é fácil, não é? Claro. Dona Bilu não tem memória impulsionada pelo Google e nem mesmo usa seu laptop para estas consultas, isto mesmo, a senhorinha tem um computador de mão que ela denominou com computador de bordo: “Carrego esta coisa prá onde vou e escrevo tudo o que quero por aqui”, disse Bilu. Mais um ponto em comum entre mim e a centenária senhora, ela é apaixonada pelo futebol e, aqui a gente diverge, torce pelo Botafogo. Bilu fala de He

DEU TIJUCA NA SAPUCAÍ E BOTAFOGO NO MARACA

Hoje, quase uma semana pós Cinzas e um clima de satisfação toma conta do escriba. Uma semana depois de um dos melhores carnavais que vivi nos últimos anos. As marchinhas, os sambas, as marchas-rancho e outras maravilhas dos anos 60/70 vieram a mim através dos vários blocos que desfilaram, nos quatro dias de Momo, no centro de Guarapari. No Rio, apesar da leve paixão pela Mangueira, eu torci intensamente por uma vitória da Império da Tijuca, não porque ter visto a melhor escola no sambódromo, juro que não vi o desfile domingo ou segunda-feira, mas para ter algo diferente para comentar no dia seguinte da folia ou na minha primeira crônica após o regresso do belo passeio pelo litoral capixaba. Se desse Beija-Flor o assunto não teria tanto entusiasmo nas mesas dos bares na orla da Areia Preta ou pelas praias de Grussaí, Farol ou Atafona, onde amigos curtiram o velho e bom carnaval. Será que com a mesma intensidade do que curtiu este velho escriba? Duvido. Assisti a apuração ao lado do amig

UMA NOVELA CHAMADA FUTEBOL

Neste período de carnaval, quando as famílias fogem da rotina e se refugiam em praias, casas de campo ou cidades pequenas, onde o frenético ritmo do dia a dia é atenuado pela vida simples do povo interiorano, é possível ouvir diálogos incríveis, principalmente quando estes veem do mundo da bola misturado com o mundo televisivo. A Copa do Mundo se aproxima e o interesse feminino pelo futebol cresce espetacularmente, isto graças a globalização da tevê, que mostra jogos internacionais aos borbotões e fazem dos estaduais um pré-brasileiro de ótimo nível. A Globo, detentora dos direitos de transmissão de todos os campeonatos estaduais, faz, no horário nobre -aquele da novela das nove- chamadas para os jogos do domingo e isto aguça a curiosidade feminina, que está com o foco ligado na Copa da África. Ontem, sentado à beira da praia, ouvi um casal proseando sobre uma possível diferença entre o futebol e as novelas. - Como se elas existissem, me diz Capistrano Arenari, meu parceiro neste r

MUITO PRAZER: "EU SOU O CARNAVAL"

Passaram os dias e o carnaval de Guarapari ainda está na minha cabeça e meu pensamento está voltado para tudo o que vi naquela praia capixaba. O interessante é que, anos atrás, falei com os nossos governantes, através de seus assessores, que por aí, na nossa terrinha, poderíamos fazer o mesmo e “comprar a briga” por dias de folias bem mais interessantes aquela vista por aqui este ano. Todos que me acompanham, nas páginas do jornal Dois Estados, sabem que não estive em Miracema nos dias de folia e fugi para Guarapari para ganhar uns dez dias de paz e sossego. Não sei o que se passou na Marechal Floriano e arredores nos dias de Momo, mas tenho certeza de que poderia ser melhor se houvesse um pouco mais de coragem para mudar, ou melhor, de voltar ao passado. Há tempos eu falo de um plano para revigorar a Rua Direita e levar para os clubes tudo aquilo que vimos nas décadas de 50,60 ou 70, quando vimos a alegria do carnaval ser trocada pela música baiana, pelos pagodes sem nexo, pelo funk e

DOMINGO DE CARNAVAL

Quanto riso, oh! Quanta alegria. Mais de mil palhaços nas arquibancadas. Perdão, eu queria cantar o hino do carnaval e misturei bola com folia e lamentavelmente chego a conclusão que os dois estão com os dias contados. O carnaval vai muito bem, obrigado, nas cidades em que as autoridades resolveram valorizar o “velho” e proibiram a entrada do “novo”, como Ouro Preto, por exemplo, que vetou funk, axé ou pagode “mela cueca” em suas tradicionais ruas ou avenidas. O futebol está trocando o “novo” pelo “velho” e o exemplo mais explícito disto aí são os retornos daqueles que um dia saíram daqui pensando em ser estrela internacional, caso recente de Cicinho e Robinho, e mais um pouquinho antes de Adriano, Vagner Love e Fred. São jogadores ainda jovens, com idade de se fazerem respeitar, mas que chegaram lá fora e sentiram falta do carnaval, das noites e das baladas do Brasil, onde deixaram o futebol adormecido por um tempo. Hoje é dia de algum saudosista vestir uma fantasia, colocar a máscara

Crônica de um Fla x Flu inesquecível

Domingo, dia internacional do futebol, e este escriba resolve atender a “patroa” e deixa o gravador no ponto, para gravar o Fla x Flu, e parte para Atafona para ver a maravilhosa Rita Lee. Duas medidas sensatas e decisivas para quem está evitando emoções. O show foi relaxante e, apesar da multidão, foi super agradável e sem problemas no entorno.  O jogo foi eletrizante e com doses de emoções não recomendadas a um safenado. Fiz a troca certa. Deixei o jogo gravando no DVD e parti para São João da Barra, certo de que não conseguiria meu intento, de ver o vídeo, sem saber do que acontecera no Maracanã. As tevês por assinatura se proliferaram entre nós e em cada canto deste país há um televisor ligado nestes canais pagos, que transmitem o futebol pelo Brasil inteiro. Final de show, no Balneário de Atafona, e final de primeiro tempo, no Maracanã.  O povo, saindo feliz da festa proporcionada por Rita Lee, tinha duas caras: Aqueles que envergavam a camisa tricolor, com orgulho, cantavam mai

JOVENS TARDES DE DOMINGO

A bola parou de rolar, na telinha da TV e o que era prá ser uma tarde de domingo esportiva, alguns bons jogos na, repetido, telinha da TV, e umas cervejinhas esperando no freezer da cozinha. Dei uma zapeada pelos canais da minha Sky e encontrei, na Globo News, o ótimo Chico Pinheiro e seu excelente Sarau, um programa que já faz parte de minha rotina e está sempre no ponto de gravação caso perca um dos capítulos. Bem, e daí? Perguntaria o amigo. Sim, e daí encontrei Wanderléia e José Renato, aquele cara super inteligente do grupo Boca Livre, que faz um trabalho extraordinário em discos solo, como os que ele fez com músicas de Silvio Caldas, em Serestas, de Zé Kéti, com Sambas, e da Jovem Guarda, com o cd que levou o mesmo nome. Uma brasa, mora. E daí, meu caro amigo, eu ouvi Roberto Carlos cantando “Jovens Tardes de Domingo”, que tem um refrão que marca o saudosista e quem vivenciou os belos dias e o velho tempo do tempo que não volta mais. “Velho tempos, belos dias”, não é mesmo? Então