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Mostrando postagens de maio, 2012

A formiguinha e o piano

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Leio agora, no G1, após ver manchete no Twitter, mostrando um roubo inusitado, em Belo Horizonte, me veio a memória um diálogo interessante ocorrido há alguns anos, lá na “terrinha”, que pode não ser igual ao crime dos mineiros, cuja criatividade vem com a desocupação da cabeça, livre do trabalho e certa de que a bolsa fornecida pelo governo federal virá a qualquer momento. Se lá nas Minas Gerais os gatunos usaram “varas de pescar” improvisadas com bambus, galhos e ganchos, lá na terrinha, mais precisamente na Praça Ary Parreiras, meu amigo tentava me ensinar a domar uma formiguinha para sacar uma grana da registradora do meu avô Vicente Dutra. - Eu tenho umas dez, de vários tamanhos, que coloco na ponta de um barbante e as danadas entram pelo buraco da registradora e pegam uma notinha para eu sair pela rua e as vezes dá até para ir ao cinema, dizia-me o filho do padeiro. - E como é que faço para domar as formiguinhas? Perguntei já querendo aprender o truque. - É fácil, só

Cântico, lembranças e folia

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Subi a colina tirei treis gáio segura mineiro senão eu caio.. Eu caio... Eu caio.... E você, daí do outro lado já deve ter visto, ouvido ou cantado pelas ruas de Miracema os versos desta canção do “Mineiro Pau” folclore miracemense difundido e imortalizado pelo Benedito Siqueira, um dos amigos da cultura folclórica da cidade. Ontem, ao passar pelo entorno do cemitério, ali próximo a subida do morro que nos leva ao campo de aviação, calvário, Ferradurão e o antigo “buraco da égua”, não pude deixar de recordar os encontros de jongo, nas calçadas da prefeitura, bem pertinho do Bar do Vicente Dutra, ou imaginar como seria nossos carnavais de rua sem os boi pintadinho, mulinha correndo de canto a canto da rua ou os cânticos alegres da rapaziada.  Imaginei e senti a necessidade de fazer como o bom amigo Carlos Augusto Macedo, fã e apaixonado pela Folia de Reis, e começar a programar, para o próximo início de ano, passar mais dias na cidade e acompanhar as folias de casa em casa canta

Os bancos da praça

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Alguns de vocês, ou quase todos, lembram e sabem de cor a letra da música, sucesso de Ronnie Von e de autoria de Carlos Imperial, “A Praça”. Tenho certeza absoluta e, por isto mesmo, após ler e ver as fotos, postadas pela mana Eliane, lá no Facebook, sem querer cantarolei quietinho aqui na minha poltrona favorita, a música em questão. Devem estar me perguntando, quem não nos segue lá na Rede Social, que fotos são estas e que ideia é esta de cantarolar sozinho, né mesmo? Explico: A mana Eliane postou fotos dos bancos do Jardim de Miracema, aqueles que sento quando por aí apareço para ler o jornal e pensar no que vi por ali na minha infância e juventude. Vi, revi, pensei e repensei no que escrever e no que dizer quando vejo, ao vivo ou por fotos como as que vejo agora, que muita saudade existe naqueles bancos da praça. Saudade da Camisaria Gérson, da Fábrica de Ladrilhos, do Armazém do Pinheiro, da Usina Santa Rosa, da Casa das Máquinas, do meu amigo Ignácio Silveira, da Fábrica

A primeira vez a gente não esquece

Se a memória não me pregou uma peça era uma tarde de algum dia de março, no longínquo ano de 1964, que, ao chegarmos ao Estádio Municipal Plínio Bastos de Barros, eu e toda turma do Time do Bitico, recebíamos a notícia: “Hoje não tem treino, o pessoal da prefeitura está começando a arrumar o lugar para uma tal de Exposição Agropecuária”. Fizemos cara de espanto, encostamos na porta do vestiário para acompanhar a movimentação da turma da Prefeitura de Miracema, que ao lado de técnicos, pedreiros e outros mais, examinavam o local e apontavam onde seriam montados os stands, as baias, as barracas para comidas e bebida para a festa que seria realizada em maio, em comemoração ao vigésimo oitavo aniversário da cidade. Chegava o Bitico, dono de nosso time e ex-jogador famoso na cidade, as explicações dos funcionários eram poucas para nos convencer e, de repente, chega ao local a comitiva do Prefeito Jamil Cardoso, com o próprio a frente falando e cumprimentando a todos nós com a educação