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Mostrando postagens de julho, 2013

Micão: O Rei do futebol de botão

Quem não sonhou, pelo menos em uma madrugada mal dormida, em se tornar um craque de futebol?  Eu, que um dia tive a oportunidade de mostrar um pouco de talento, ainda sonho com a fama e o prestígio de um craque da bola, não só da bola número cinco, do futebol, mas de vez em quando me vejo com dois metros de altura, uma envergadura de fazer inveja a Magic Johnson e com uma bola laranja (de basquete) nas mãos.  É o sonho de quem quer fama. Você nunca sonhou assim? Nem com uma bola branquinha de vôlei? Algumas crianças sonham mesmo é serem craques das peladas de rua, encantar as garotas vizinhas e serem observados por olheiros de algum time grande, que possa passar por ali naquele momento em que está marcando um  golaço ou fazendo uma assistência espetacular. Todos sonham. Sonhar não é proibido e, por enquanto, ainda não pagamos por ele. Meu amigo Micão, desprovido de habilidade com qualquer bola, não sonhava nem com futebol, nem com basquete ou voleibol, de vez em quando el

A lista das meninas

Algumas amigas me ligam, me enviam e-mails ou reclamam, ao vivo, de uma possível citação, no mesmo estilo que fiz “Amigos de A a Z”, publicada recentemente no Papo de Botequim, o livro nosso de cada dia na Internet. Algumas tiveram respostas, mas outras não foi preciso, parecia que estas meninas já sabiam que seria difícil nominar aqui como fiz com os rapazes. “O grande problema é o ciúme dos maridos“, me diz uma destas amigas, e isto me traz a lembrança um fato desagradável, ocorrido na década de 90, em um desfile de 3 de maio aí na terrinha. Veja que saia justa me colocaram. Olho para os lados e vejo alguém me chamando: - Dity olha prá cá! Olhei e não vi ninguém conhecido, já fazia dez anos que estava fora e parecia estar no meio de estranhos naquele desfile cívico-escolar. Porém, tem sempre um porém, visualizei, na outra calçada, uma velha amiga não mais residente na cidade, e, que não via há cerca de quinze anos. Atravessei e de braços abertos gritei: - Fulana (perdão, nã

Duas histórias, duas goleadas e dois abandonos - Parte 1

Certa vez o Rubinho Camelo, um dos três maiores goleiros que vi jogar, me disse: “Adilson, suas crônicas são ótimas e eu gosto de ler, mas você não conta nem uma história sua e você tem um monte de coisas boas para contar, afinal foi um grande artilheiro”. Tem razão o meu amigo Rubinho, eu conto pouco dos meus causos e vitórias, acho que fica um pouco pessoal a coluna e não foi cansar o leitor contando minhas histórias. Porém, tem sempre um porém, hoje vou abrir uma exceção e contar logo duas, uma como jogador e outra como técnico, aliás na única partida em que senti o gostinho de ser treinador. A primeira aconteceu na inauguração dos refletores do Estádio Municipal Plínio Bastos de Barros e o jogo valia pelas Olimpíadas Militares de 1968 reunindo os TGS de Miracema e Santo Antonio de Pádua, que aliás tinha um time que era a base do Paduano. Nosso Tiro de Guerra, o famoso TG 217, era comandado pelo Sargento João Onildo do Couto, que também era nosso treinador, e a base do time, o

Duas histórias, duas goleadas e dois abandonos - Parte 2

E a segunda narrativa prometida era sobre minha trajetória curtíssima como treinador, foi apenas um jogo para aceitar o convite do Maninho e do José Luis da Silva, que me entregaram o comando da seleção de Miracema, que iria enfrentar a seleção de Aperibé, lá no estádio temido e odiado por todos da região. Eu disse para o Maninho e o Zé Luiz: - Aceito, mas tem que ser do meu jeito e vou chamar quem eu acho que merece ser seleção. - Carta livre para você, faça o que quiser. Apenas um treino, na terça-feira, véspera do jogo, para definir posições. Foi mais conversa do que bola rolando. Escalei logo o time, como João Saldanha fizera na Seleção do Brasil, disse quem seriam os titulares e perguntei a cada um deles o que gostaria de fazer no jogo. Respostas dadas e esquema montado. Expliquei que todos teriam liberdade para atacar, defender, faze gols e só não queria que a vaidade tomasse conta deles, parece que estava adivinhando um Barcelona no futuro e lá foram Lolinha, Fernando, Tin

Republicação: Saudade, o que é saudade?

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Eu tenho saudades dos meus tempos de guri, quando corria leve e solto pelas ruas da cidade sem preocupação alguma. Eram tempos felizes, não que hoje não traga comigo a felicidade, mas era diferente.  Tenho saudades de um tornozelo torcido, de um queixo doído devido a uma pancada no chão, de um olho roxo – provocado por soco ou cotovelada no campo ginásio ou no Rink - de um pontapé do Brecó ou do Valdir. Lembro-me quando xingava prá cacete quando mordia a língua ou batia com a cabeça numa quina de mesa. Saudade doída esta, não? Hoje tenho saudades das minhas irmãs, que moram longe de mim, tenho saudades da cachoeira do Conde, desta todos têm saudades, tenho saudades de um filho, que trabalha longe, e da filha, que casou e mudou. Saudade do gosto de uma fruta tirada do pé, roubada nos quintais do Seu Lino ou do Seu Pedrinho Soares, era mais gostosa. Do meu pai, que já se foi, de minha mãe, de meu avô e minha avó, que também acompanharam o velho Zebinho. Tenho até saudades de um ami