GOLAÇO AS ESCURAS
Numa destas caminhadas matinais, que passo pelo centro e revejo vários amigos, dou um tempo na Banca do Calçadão para um dedo de prosa com o Orlandinho Santana, dono de um repertório de “causos” de fazer inveja a grandes contistas do esporte.
Tem dias que ficamos horas e horas em pé, em frente a banca, só podia ser em um local destes a nossa prosa, falando de futebol, do passado, dos filhos e do momento atual do Brasil, aí em todos os sentidos –esportivo e político- e chegamos a conclusão que no nosso tempo era bem melhor.
Orlandinho me conta uma história, eu lhe conto outra e paramos para relembrar mais uma dos tempos da Lapa, onde as peladas eram disputadas ao estilo de decisão de mundial e os participantes, muitos ainda entre nós, deixaram pérolas como esta que transcrevo a vocês, vividas –com o Genuíno em destaque- em um dos estádios da baixada campista.
Finalíssima de campeonato e os donos da casa, o Operário, precisava desesperadamente da vitória. O empate daria o título ao arqui-rival, Tupã.
Para piorar as coisas, um problemão: Genuíno, o grande craque da região, o Pelé da época, muito gripado, não podia jogar. A pedido do técnico, fica no banco de reservas, apenas para intimidar o adversário.
Rola a bola e o jogo é tenso, fechado, nada de oportunidade de gol para nenhum dos times. Já, no finalzinho, o técnico, em desespero, chama o Genuíno e pede:
- Vai pro sacrifício, meu craque! É tudo ou nada. Só você pode nos salvar!
E o nosso herói entra em campo, aos 41 minutos do segundo tempo. Aos 44, em um contra-ataque, o ponta direita vai ao fundo e cruza: Genuíno mata a bola no peito, tira o beque da jogada e dispara...
A torcida se levanta, os torcedores enchem os pulmões para gritar gooool!...
De repente, os refletores do estádio se apagam... Ninguém consegue ver a conclusão do lance... Pânico geral, somente cinco minutos depois as luzes começam a voltar... Em meio à confusão, a bola sumiu.
E, afinal, o que aconteceu?
Sereno e impassível, o juiz se dirige para o centro do gramado...
Os repórteres o cercam:
- O que foi, seu juiz?
E ele, com toda a segurança:
- GOL!
Mas ninguém viu a bola entrar após o chute do Genuíno, argumentam os repórteres atônitos e os adversários enfurecidos...
E o juiz, com a maior calma:
- Vocês que acompanham futebol sabem muito bem:
DALÍ, O GENUÍNO NÃO PERDE
Tem dias que ficamos horas e horas em pé, em frente a banca, só podia ser em um local destes a nossa prosa, falando de futebol, do passado, dos filhos e do momento atual do Brasil, aí em todos os sentidos –esportivo e político- e chegamos a conclusão que no nosso tempo era bem melhor.
Orlandinho me conta uma história, eu lhe conto outra e paramos para relembrar mais uma dos tempos da Lapa, onde as peladas eram disputadas ao estilo de decisão de mundial e os participantes, muitos ainda entre nós, deixaram pérolas como esta que transcrevo a vocês, vividas –com o Genuíno em destaque- em um dos estádios da baixada campista.
Finalíssima de campeonato e os donos da casa, o Operário, precisava desesperadamente da vitória. O empate daria o título ao arqui-rival, Tupã.
Para piorar as coisas, um problemão: Genuíno, o grande craque da região, o Pelé da época, muito gripado, não podia jogar. A pedido do técnico, fica no banco de reservas, apenas para intimidar o adversário.
Rola a bola e o jogo é tenso, fechado, nada de oportunidade de gol para nenhum dos times. Já, no finalzinho, o técnico, em desespero, chama o Genuíno e pede:
- Vai pro sacrifício, meu craque! É tudo ou nada. Só você pode nos salvar!
E o nosso herói entra em campo, aos 41 minutos do segundo tempo. Aos 44, em um contra-ataque, o ponta direita vai ao fundo e cruza: Genuíno mata a bola no peito, tira o beque da jogada e dispara...
A torcida se levanta, os torcedores enchem os pulmões para gritar gooool!...
De repente, os refletores do estádio se apagam... Ninguém consegue ver a conclusão do lance... Pânico geral, somente cinco minutos depois as luzes começam a voltar... Em meio à confusão, a bola sumiu.
E, afinal, o que aconteceu?
Sereno e impassível, o juiz se dirige para o centro do gramado...
Os repórteres o cercam:
- O que foi, seu juiz?
E ele, com toda a segurança:
- GOL!
Mas ninguém viu a bola entrar após o chute do Genuíno, argumentam os repórteres atônitos e os adversários enfurecidos...
E o juiz, com a maior calma:
- Vocês que acompanham futebol sabem muito bem:
DALÍ, O GENUÍNO NÃO PERDE
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