O Falso Fantasma do TG 217
Uma lenda que assustava os incrédulos por dezenas de anos, muitos confirmam ter visto e muitos zombaram dos contos assustadores dos atiradores do Tiro de Guerra 217, de Miracema, que juravam que havia um velho atirador, morto em serviço (se é que alguém um dia soube disto) que sempre "voltava" para atormentar os soldados do plantão.
Se de duas histórias, uma eu fui testemunha ocular, e outra, que deu origem a toda esta lenda. A primeira aconteceu no primeiro ano do Sargento Lecine no comando da tropa de Miracema, quando a guarda se assustou com os passos no salão de reuniões, acima do dormitório e da sala de armas, e com os passos vieram o som de um instrumento musical, tocando maviosamente sem cessar.
Os rapazes saíram às pressas e se reuniram em frente ao prédio da prefeitura e no dia seguinte o boato se espalhou pela tropa e tirar plantão, daí em diante, foi uma tremenda aventura.
A outra, comigo presente, foi um corre-corre que só terminou na Gruta da Igreja de Santo Antônio. Chovia muito, trovões, relâmpagos e vento, como se fosse um filme de terror, todos nós assustados e, claro, o som do vento trazia o pavor de ter o retorno do tal Fantasma do TG.
E, lá pela meia noite (mais ou menos), o susto: Os fuzis caíram todos e não ficou um só de pé no local onde eram guardados. Barulho infernal, o som se espalhou pelo alojamento e corremos, todos nós, o cabo (eu) e os quatro soldados da guarda e fomos pedir proteção lá na citada gruta.
E o que aconteceu, afinal, para desmistificar a existência do tal fantasma? Primeiro caso: O "fantasma" do tempo do Sargento Lecine era seu pai, músico famoso no Rio, tocava na Orquestra da Globo, que visitava seu filho e acordara na madrugada e achou um lugar para ensaiar as músicas programadas para o final da semana. Este é o fantasma do músico, que assustou a turma de 1965.
Já o nosso fantasma foi o vento e o mau estado de conservação da armação dos fuzis, que com o vento batendo quebrou e derrubou as armas provocando pânico e medo nos cinco soldados, mas só vimos isto dias depois, quando tivemos acesso a tal sala das armas.
Lendas são lendas e causos são causos, e tudo isto é para ser contado e relembrado, agora com gargalhadas e zoações.
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