Os amigos se vão e o vazio fica

 

A vida dos mais antigos, no meu caso sou antigo e não velho, o grande drama é o de sempre, aquele que meu amigo Ermenegildo Solon dizia sempre: - Menino, o pior de envelhecer não é ficar velho e sim perder os amigos e as referências da infância e juventude. Sei o que é isto, meu caro guru, a vida tem me dado alegrias intensas e grandes aventuras vividas andando por aí, mas de quando em vez, no momento está constante, as notícias ruins me chegam doendo e batendo forte neste velho e cortado coração, que, felizmente, ainda resiste bravamente. 

Se foram minhas referências no futebol, ídolos e amigos partiram sem sequer receber meu abraço de "até breve", como Zagallo, não amigo, mas uma referência grande no futebol, e meu irmão de fé e grande camarada, Thiara, simplificação de José Augusto Machado Botelho, que esperou este velho amigo ficar bem longe para ir para o Oriente Eterno, foi doído demais não poder ir até Miracema dar meu último adeus a este meu ponta direita e meu dileto amigo de infância, juventude e, claro, será eterno. 

Meu padrinho, irmão, amigo e referência na minha profissão de Contador, Lauro Machado Quintal, meu grande incentivador, também nos deixou neste ano já triste na sua metade, ele, Lauro, abriu as portas para meu futuro, me ensinou, me encaminhou e me fez um bom profissional, outro que também não pude me despedir e falar o quanto ele foi importante para nós, eu, Marina e filhos. 

Nossos ídolos partem e nossos amigos nos deixam, é a vida, dizia Sollon, o que fazer? Nada, apenas aceitar e ficar à espera de novas tristezas e guardar as lágrimas para outras "bombas' que chegarão, como a desta semana, quando recebi a notícia de outro grande amigo e um daqueles que acreditaram em mim e me deram um empurrão para seguir em frente sem medo de ser feliz. Perdemos Maurício Monteiro, aquele que me ensinou a ter gosto pela escrita e que foi o primeiro a dizer "seu texto é muito bom, siga neste caminho, vai ser um ótimo cronista".

Acreditei e na sua andança para entregar o nosso Dois Estados ele sempre dizia para o leitor: "Tem uma coluna legal do Adilson Dutra", e quando nos encontrávamos, lá na terrinha, eram histórias e causos que não me deixavam falar, apenas ouvir, pois o que ele contava era a pura história de Miracema e sua gente e com ele aprendi e com ele eu criei várias crônicas que o Dois Estados publicou e que as tenho em meus blogs. 

A saudade de todos dói muito, mas fazer desta saudade uma vontade enorme de viver e voar por aí procurando a felicidade para não ter no que pensar errado. 

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