Adilson Dutra, mas podem me chamar de Penacho
Dizem, os mais antigos e os jogadores de sinuca do Bar do Vicente, meu avô, que eu vim ao mundo em uma mesa de bilhar, trazido pela Dona Nair, a parteira oficial de Miracema, pois não havia um outro lugar na casa que pudesse fazer o parto decentemente, não tenho comprovação, mas se o povo diz é porque tem razões para tal.
Meus pais, Eusébio Dutra Neto, filho de Vicente e e Maria José Dutra, e Maria Picanço Dutra, a Lili, filha de Cornélio e Almerinda Freitas Picanço,
Nossa rua era privilegiada, amigos que eram verdadeiros irmãos e quando a tarde caia era um grande parque de diversões, meninos jogando futebol, meninas nas calçadas, jogando "amarelinha" nossos pais sentados à calçada em prosas que não tinham fim e que seguiam no dia seguinte.
Vendi pirulito, pastel, doce, fui engraxate e catador de garrafas, tudo isto incentivado por Vovó Maria (foto acima) para que sempre pudesse ter meu dinheiro para comprar meus discos e frequentar os cinemas, parques e circos.
O primário foi no Grupo Escolar Prudente de Moraes, era uma boa caminhada até a Rua da Laje. Tenho grandes recordações de minhas professoras, prefiro não citar nomes porque foram tantas que me dariam um "castigo" se esquecesse de uma delas, mas das duas diretoras que tive, Dona Mariquinha e dona Edyr, é impossível esquecer, cada uma com sua peculiaridade e uma certeza, eram mãos de ferro e me ajudaram a moldar uma vida
O futebol começou cedo, no Rink, na Praça das Mães e os amigos, os mesmos da Praça Ary Parreiras, formavam "peladas" incríveis e chamávamos a atenção de muitos amantes do então futebol de salão, mas não posso esquecer dos "rachas" bem disputados na Rua Paulino Padilha, que mesmo sendo um morro não impedia a bola rolar e quicar nos paralelepípedos e quase não éramos interrompidos, o trânsito de veículos era mínimo e assim as duas horas de suor e gols eram bem aproveitadas.
O futebol e a música faziam parte da vida do adolescente e depois do adulto, já não mais Penacho e sim o Adilson Dutra, que começava acumular funções na cidade. Daí surgiram os desejos de ser radialista, fui locutor de carros de som, com o amigo Calil Saluan, apresentador de eventos, como o do Festival da Canção da Cidade (foto com Elke Maravilha) e quando o Deputado Luiz Linhares resolveu criar a Rádio Princesinha lá estava eu pronto para assumir um novo rumo.
Daí em diante, como disse acima, entrou em cena o Adilson Dutra, que resolveu assumir de verdade o lado jornalístico e o Banerj, que já fazia parte de minha vida, foi efetivamente o suporte que sempre precisei para realizar sonhos e ver meu sonho se concretizar e com a mudança para Campos dos Goytacazes, em 1985, a cortina se abriu e o mundo que sonhei e sempre desejei saiu da imaginação e entrou na realidade. Mas aí será outro capítulo desta história que já dura setenta e quatro anos.
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