Na fila do pão: Um novo membro esquentou a manhã da padaria

 Não é um comentário sobre o futebol propriamente dito, mas é uma narrativa que sempre gostei de escrever neste espaço, nossa famosa conversa da fila do pão, um lugar incrível onde os papos sobre o mundo do torcedor flui agradavelmente e não há, pelo menos até hoje de manhã, uma discórdia que levasse a uma discussão séria e sem volta. 

Ali, na Estrela, tudo é paz e harmonia, somos cinco frequentadores assíduos, com horário marcado, e temos no cardápio o debate do que acontece no mundo da bola, principalmente quando envolve a velha rivalidade carioca, entre os quatro grandes, três deles bem representados na nossa "fila do pão", e hoje, por acaso, apareceu um tricolor e por isto voltei aqui para comentar o que aconteceu e a "briga" para saber quem é a maior e melhor torcida do Rio de Janeiro. 

Este tricolor, que somente após o final, na despedida, fiquei sabendo que é como eu, um campista importado, é carioca e está por aqui há pouco tempo e se mudou para nosso bairro no mês passado, mas segundo JR, nosso rubro-negro no pedaço "era melhor ele ter ficado nas Laranjeiras". Rimos todos mas o que houve para eu contar com entusiasmo na coluna deste domingo? 

Rubens, que pediu para chama-lo de Rubão (o cara tem quase dois metros) disse que não há no Brasil torcida igual a do Fluminense, é a melhor e mais vibrante do país. Edu, o Vascaíno, não concordou e, debaixo dos seu metro e sessenta, desafiou Rubão e colocou a sua opinião, claro que levando para o seu Vasco o título de mais vibrante e mais apaixonada torcida do Rio.

Bateram  boca por quase dez minutos, tempo que o nosso pão de cada dia saísse do forno e nosso querido gerente, Marcinho, o mais fanático flamenguista do bairro, mandou lá de dentro: - Vamos parar com esta prosa fake e deixar de lado o mi mi mi de torcedor de segunda linha, sem essa, completa o gerente, de Fluminense e Vasco serem maior do que o Flamengo, a paixão não pode cegar o torcedor que não ê o obvio ululante, como diria Nelson Rodrigues. 

- Seu Rubão, o senhor é bem vindo, mar por favor, não me venha com este papo de maior ou melhor porque aqui não cola. Entendeu? 

Eu, que no fundo dei razão ao Marcinho, saí de lado e deixei os espantados da fila se olharem e respeitarem a opinião do gerente, afinal ele não está errado, ou está? 

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