Saudade de andar por aí, sem destino.

Hoje acordei pensando seriamente em voltar a fazer o que gosto, andar por aí, sem destino, e rever alguns lugares que não vejo há algum tempo. Levantei animado, fui até meu mecânico favorito, Tatau, e pedi que olhasse meu veículo porque precisava dar um giro pelo interior de Minas e boa parte do Noroeste Fluminense. 

Tatau me olhou firmemente nos olhos e perguntou: - O senhor está no seu juízo perfeito? Tem lido ou assistido o noticiário sobre a sua região e de grande parte de Minas Gerais?

Foi aí que atualizei o modo atual do meu cérebro e vi que o caos se instalou em toda minha região e por praticamente toda Minas Gerais. E voltei para casa abatido, desencantado da vida, epa.. esta é a letra da canção preferida do amigo Farrim Chaim Elias, meu gerente no Banerj, agência 107 Miracema, e, claro, então percebi que a viagem será apenas no sonho ou no imaginário. 

Sentir o desejo de voltar ao Rio Muriaé, na cidade de Laje do Muriaé, rever meus primos, muitos já se despediram de nós, olhar para o infinito e não pensar em nada e, após nadar ou navegar nos barcos do Tio Sebastião pelo imenso rio, de conversar com o primo Amâncio Marques sobre o Flamengo ou o seu Laje EC, descansar no bar da Dona Laurídes e comer um bom prato de mexido que só ela sabia fazer, e aprendi e faço até hoje. 

Sair sem destino, como eu disse no parágrafo primeiro deste texto, é repetir o que fiz, pela última vez, com meu pai, Zebinho Dutra, e meu filho caçula, Leandro, quando comprei meu primeiro caro ZERO. Saímos de Miracema pela manhã, sem compromisso com ninguém ou sem roteiro programado, passamos por Palma, para um abraço nos primos  Caio Márcio e Irany, subimos até Laranjal, para ver as obras que faziam por lá, entramos em Recreio, para matar a saudade dos tempos de futebol e mostrar para o Leandro onde curtíamos um grande baile. 

E por aí seguimos, Leopoldina, Cataguazes, etc e tal até chegarmos a Miraí, onde deixei meu nome escrito nas quadras de futebol de salão ao lado dos amigos de Miracema em época de Copa do Mundo, foi lá que vi Brasil 3x1 Uruguai e a passagem para a final da Copa de 1970 em uma televisão daquelas que a gente sabe que tem imagem mas há de ter uma bela vista ou uma bela mente para assistir e imaginar o que está vendo, mas foi legal em 1970 e naquele dia de passeio pela Zona da Mata Mineira. 

Deveria ter no roteiro um giro pelo outro lado da região, subir até Além Paraíba, pegando a estrada, entrando para rever Volta Grande e Estrela Dalva, e uma parada, obrigatória, em Pirapetinga, de grandes lembranças pois foi ali que passei todo o ano de 1965 estudando, em um colégio interno, do amigo de meu pai, João Oliveira, de saudosa memória, e encontrar grandes amigos que por lá deixei. 

Roteiro adiado e que foi feito bem depois, não com meu pai ou com o Leandro, mas com Marina, minha esposa, para que também nos voltasse a lembrança o lugar de nosso reencontro, depois de um ano sem nos ver, em um "remenber" do festival da canção de Miracema que por lá foi organizado. Pirapetinga faz parte de minha vida com boas lembranças e ótimos momentos vividos por lá. 

E a chuva vai parar, tenho certeza, e assim que puder boto o pé, ou o carro, na estrada e vou por aí sem destino e,quem sabe, faço uma visita aos meus sobrinhos Thaís e Marlon, com Pedro e Daniel, que estão lá pelas bandas de Minas Gerais? Me aguardem, mineiros e fluminenses, o viajador estará de volta muito em breve. 

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