Causos de viagem - Pub na Gran Via de Madrid

A Copa da Rússia passou e ficou aquela vontade imensa de conhecer o país sede do Mundial 2018. Há muito tempo, em minhas andanças por aí, me bate um desejo louco de visitar a Rússia, a Croácia, a Islândia e deixo de lado até os giros curtos, que faço pelo nosso Brasil, economizando uma boa grana para somar as economias que me levam a desafiar o tempo e viajar por aí, com destino certo, para conhecer novos povos, novas culturas e novos países. 

Andei por muitos lugares, sonhos de crianças, desejos de um velho, e pelo simples prazer de viajar pelo mundo conhecendo novos pedaços deste Planeta Terra. Andei pela Espanha, por três vezes, conheci a terra de Antonio Galdi, Barcelona me encanta e se dinheiro tivesse, podem ter certeza, é la que moraria, conheci Valência, a paella valenciana ainda marca meu paladar até hoje, vi de perto as Muralhas de Toledo, a capital medieval de Espanha e a terra de Dom Quixote de La Mancha, Salamanca, Santiago de Compostela, Zaragoza e Madrid.

Madrid dispensa comentários, a bela capital é quase milenar mas se mantém jovem, saudável e com uma vida noturna de dar inveja a qualquer grande centro do mundo, Plaza Mayor pode ser a referência, mas a Cibeles não deixa você fazer comparações, a Gran Via e seus encantos é para acreditar que a noite não tem fim, porém, tem sempre um porém, na maioria dos lugares as portas são fechadas antes das doze badaladas noturnas. 

Foi em uma destas casa da Gran Via, no já distante 2005, que vivi o primeiro bom "causo de viagem" que começo a narrar por aqui, e, podem ter certeza, foi um momento maravilhoso e daqueles que eu digo aqui, falei acima, o motivo real das minhas andanças, que é conhecer novas culturas e novas pessoas. 

Em um pub, estilo anglo/italiano, (foto) na Gran Via, entramos eu, Marina e nossos quatro companheiros de viagem, e o napolitano, dono do estabelecimento, me chamou no canto, descobrindo que eu era o líder do grupo, e me disse que fecharia às onze horas e não poderia esperar sequer um minuto a mais. Segundo ele eram ordens e estas medidas estavam pregadas na porta. 

Me apresentei dizendo que era jornalista brasileiro, com descendência italiana e que o futebol era meu carro chefe. - Sou amigo de Careca e Alemão, estive com amigos na semana passada, em Campinas, e até o Maradona estava por lá, dizia eu para o italiano esperando que isto o amolecesse e ele nos deixasse beber nosso vinho e comer nossa pizza em paz. 

- Brasiliano, disse ele, venha cá, vamos conversar no balcão. E, entendendo bem o que ele falava, uma mistura de italiano com espanhol, mas eu sou bom neste negócio de conversar e não me mostro desentendido, e lá fomos nós, para trás do balcão papear sobre o futebol, falar sobre o Nápole, de Maradona e Careca, da seleção brasileira e ganhando a confiança do proprietário foi mais fácil ganhar um tempo a mais no pub.

A esta altura Marina e sua turma já faziam amizade com o garçom, um rapaz de Sevilha que a ensinou como se fala corretamente Paella e como se faz alguns tapas, o tira gosto tradicional na Espanha, e copia
va algumas receitas em um guardanapo de papel. Para quem ficaria apenas uma hora no pub as três horas e as quatro garrafas de vinho, duas por conta da casa, como "saideira", foram suficiente para comemorar meu prêmio, ganho no concurso de crônicas da Espn/Internacional, sobre a recém criada Liga das Estrelas, que vem a ser o Campeonato Espanhol de futebol. 

Foi um verdadeiro cartão postal da Europa e era apenas o segundo dia de uma primeira viagem ao continente europeu e depois disto vieram outras cinco que vou contando por aqui durante as próximas semanas. 

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