Causos de viagem - A polenta mais cara do mundo

Passei por algumas cidades da Polônia e por lá consegui alguns causos para contar, rir e vangloriar de meu jeito de ser e de viver. Andamos pela terra do Papa João Paulo II, hoje meu Santo Protetor em minhas viagens por aí, Wadowice é bela mas com neve e chuva ficou meio tensa e cinzenta, conhecemos a morada da Virgem Negra da Polônia, em Czestochowa, lugar abençoado onde um monge, com a cara do ator Emiliano Queirós, me fez rir durante toda a visita ao Santuário, fui obrigado a ficar de longe, fotografando e rindo com o trejeito do religioso. 

Em Cracóvia, segunda maior cidade polonesa, o primeiro causo desta coluna aconteceu e em um restaurante, por lá este tipo de estabelecimento fica nos antigos bunkers, para quem não sabe são os velhos abrigos antiaéreos usados na Segunda Guerra Mundial, e, dito isto vamos ao causo acontecido em um destes restaurantes. 

Meu amigo de viagem, um cearense, acompanhado da esposa, nos convida para almoçar e lá fomos nós, sozinhos, sem guia e desacompanhado, nenhum de nós falava a língua de lá, e nos arriscamos a pedir pelas fotografias do cardápio, que aliás nos oferecia uma bela massa italiana, pedido meu e de Marina, uma lazanha e um talharim, mas os dois, o casal cearense radicado em Brasília, ouviram a garçonete "arranhar" um inglês e arriscaram a pedir falando na língua de Shakespeare. 

Os pratos escolhidos chegaram e o espanto deles, e nosso, foi incrível, até os nativos ou turistas, que estavam nas mesas ao lado, sorriram se esparantaram também. Marta olhou para o Chico e Chico olhou para nós. 
- O que é isto? Perguntou a esposa para Marina. 
- Isto me parece um daqueles pedaços de angu frito ou coisa parecida. 


E era, dois pedaços de polenta e o custo? Bem, coisa de 25 Euros os três pedacinhos de angu. Chico, que arranhou o inglês com a garçonete, recebeu dois pedaços de carne crua, que eles chamam de carpaccio e nós, com pena do casal, dividimos nossos pratos, com deliciosas massas italianas, com os cearenses, que ficaram agradecidos e nos ofereceram uma bela garrafa de vinho italiano para compensar o prejuízo. 

Sabe porque eu conto esta história? Simples, em viagem ao exterior não invente pedindo o que você não conhece ou não sabe pedir na língua do país que está, peça sempre uma massa, ou pasta, como queira, que venha no cardápio porque será sempre bem servido e sem medo de ser lesado ou enganado por você mesmo.

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