Copa do Mundo de 1958 a 1970 o tri e a Jules Rimet em definitivo

A Copa do Mundo está se aproximando e durante todas as copas que vi, ouvi ou li, claro, no rádio e no jornal, que normalmente chegava no dia seguinte, e o velho rádio a válvula era nossa fonte de notícias e a televisão, ainda engatinhando com seus programas esportivos, nos anos 1960, entrava de forma muito tímida como fonte de informação. 

Ainda muito criança, oito anos, na Copa da Suécia, em 1958, pouco lembro, mas fatos marcantes, como os jogos finais contra França e Suécia, ainda batem na minha mente e vejo o bar do meu avô, em frente a Prefeitura, lotado e com a turma do Fórum e dos cartórios aproveitando a folga do café para ouvir trechos das transmissões via rádio dos jogos decisivos. 

A do Chile, em 1962, já crescidinho, pude ouvir com amigos na calçada lá de casa, através do possante rádio do Vovô Vicente, e, se a memória não me falha, já dava para ver os gols dos jogos dos dias anteriores nos programas esportivos da TV Tupi, não com uma qualidade de imagem que temos hoje, mas dava para ver as jogadas de Garrincha, Didi e Amarildo e ver meu Tio Átila, que nos visitava neste período, vibrar com o trio de craques do seu Botafogo. 

O vexame de 1966, na Copa da Inglaterra, já acompanhei com mais atenção, adolescente metido a sabido e com a veia jornalística aflorando, os jornais chegando no dia na Banca do Seu Neném Amaral, era possível saber que Vicente Feola, o treinador da CBD, nome da entidade nacional naquela época, convocara 44 jogadores e que o caos estava instalado na delegação que treinava nas cidades mineiras de Lambari, Caxambu e São Lourenço, terra das águas minerais. 

Ouvi, com som mais puro, os jogos contra Bulgária, Hungria e Portugal e acompanhei par e passo as derrotas, a contusão de Pelé e a eliminação ainda na primeira fase da nossa seleção canarinho. 

Eita!! Copa do México, 1970, e aí tive a chance de ver na televisão, na sala lá de casa, junto com amigos da rua, e pudemos comemorar de forma diferente o título que veio com aquela seleção, que acredito ter sido a melhor de todos os tempos. Me lembro do desfile pelas ruas, após a vitória sobre a Itália na final, no Jeep do seu Osmar Resende, pilotado pelo hoje médico, Armando, e seu irmão David, e a decoração do veículo veio das meninas da Rua Santo Antônio. Uma festa, sem dúvida alguma, inesquecível para todos nós. 

A Copa de 1970 foi a primeira transmitida para nós, no Brasil, ao vivo e a cores e o que vem na minha lembrança é a narração do espetacular Geraldo José de Almeida, no pool de televisão brasileiro, e da dupla Jorge Cury/Valdir Amaral, na Rádio Globo, narrando um tempo cada um para todo território nacional em som alto e puro. Era nosso maior momento jornalístico em uma Copa do Mundo e que foi premiado com o terceiro título mundial. 

Este ano também aconteceu algo diferente para mim, os jogos contra o Peru, nas oitavas de final, e contra o Uruguai, na semifinal, assisti em Miraí, aqui na Zona da Mata Mineira, ao lado de companheiros do Futebol de Salão, formado para disputar um torneio de uma semana naquela cidade de Minas Gerais, foi bacana torcer pelo Brasil em um hotel, em uma cidade nunca antes visitada, e ao lado de outros atletas que por lá estavam com o mesmo objetivo

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