Histórias do rádio, do Ferradurão e do futebol

Eu sempre escrevo sobre futebol, fui colunista dos principais jornais de Campos por longos anos e por alguns deste anos ainda dei "canja" nos jornais capixabas e mineiros, que sempre me faziam estudar os campeonatos daqueles estados e por isto, creio eu, sempre estive bem informado no quesito bola e história do esporte por lá e por cá. 

Por aqui, no blog particular e no Dois Estados, da "Santa Terrinha", com licença Zé Maria de Aquino, as vezes invado o lado que Ademir Tadeu domina com maestria e me vejo um historiador, aliás não um historiador como o citado Tadeu Miracema e o brilhante Maurício Monteiro, e sim, como diz minha mestra Jurecê, sou um contador de causos e de fatos vividos e vivenciados por Miracema e região. 

E por falar no Ademir Tadeu, o historiador, que dias atrás contou, com sabedoria de sempre, as histórias do Brasil/Bandeirantes e do Miracema FC, da era do profissionalismo, relembro aqui do meu canto as belas tardes de domingo, no Ferradurão, como sempre com sua parte da sombra totalmente lotado, e o Brasil, da turma do Deputado Linhares, fazendo a torcida acreditar que o futebol da cidade estava retornando com toda gala e qualidade que jamais esperavam. 

Via da parte de trás, onde o Mocinho, nosso saudoso locutor Geraldo Brandão, passava as informações dos jogos do Rio, dizia o tempo de jogo e, as vezes nos dava motivos de gargalhadas quando,  propositalmente dizia: "Em Miracema, são 15 horas e 60 minutos" e a torcida, sem saber que ele provocava, morria de rir nos degraus das arquibancadas do então Estádio Ferradurão. 

Mais tarde, no ano de 1982, como lembrou Tadeu na matéria, veio a Rádio Princesinha do Norte e nossa equipe de esportes, montada as pressas para atender as necessidades da emissora, que chegava com força e com desejo de ser um ponto de referência na região, e de improviso a improviso, inclusive me fazendo narrador, montamos um grupo homogêneo e cheio de vontade para trabalhar e tivemos, no Brasil, depois Bandeirantes, nosso ponto de apoio e nosso encontro do futebol com a torcida da cidade. 

Do Ferradurão o Bandeirantes ganhou os estádios da Região Noroeste Fluminense e, graças ao nosso bravo Alcir Fernandes de Oliveira, o Maninho, presidente da LDM (Liga Desportiva de Miracema) e com a cabeça pensante do José Luis da Silva, veio a Copa Noroeste de Futebol, com apoio total da Ferj, através de Eduardo Viana, amigo pessoal de Maninho, que deu toda cobertura logística e financeira para que o evento fosse um sucesso absoluto. 

A Princesinha ganhou a região, de Itaocara, onde fizemos um punhado de amigos, a Porciúncula, passando por Natividade, Aperibé e São José de Ubá, por onde andávamos o radinho estava ligado e nossa turma era recebida com carinho e quando a bola rolava dava gosto ouvir e ver a torcida segurando o radinho de pilha e dividindo o olhar para o gramado e a cabine, sempre improvisada, onde contávamos a história dos jogos.

Foi um tempo legal, fiquei pela rádio apenas três anos, quando procurei voos mais altos, mas o suficiente para dar asas a imaginação do torcedor e o Brasil/Bandeirantes, aliado a Associação Atlética Miracema, ao Miracema FC, ao Operário, ao Flores e ao Paraíso, além do Vasquinho, foram responsáveis por isto e o que ficou foram marcas maravilhosas que até hoje não se tornaram cicatrizes, isto, cicatriz só é provocada quando há um machucado forte e neste caso as marcas são de amor a arte, ao futebol e as pessoas que fizeram o futebol viver. 

Quem são eles? Conto no próximo capítulo. Combinado ? 

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