Dia de baile na terrinha: Traje passeio e grandes orquestras

Na última vez em que fui a Miracema, claro que na Expo/2017, almoçando no Tio Nilo's, o famoso bar/restaurante do Cabeção, o papo foi sobre bailes e grandes conjuntos que passaram pela terrinha nos anos 60/70, quando o Aero Clube fervilhava e o Grupo Escolar Ferreira da Luz era a opção para os grandes bailes, no período em que o Clube entrou em reforma no piso e na estrutura. 

Lembramos dos grandes dançarinos, que eu admirava de perto, como os dois Maurício, o Siqueira e o do Bruno de Martino, das grandes confusões no bar e dos trajes passeio completo, era um tal de jogar gravata da sacada para o amigo passar pela portaria sem problemas. Gente bonita, gente bem vestida e música,sempre, de alto nível com os grandes músicos deste pais no palco principal. 

Claro que me lembrei do baile com o famoso Lafayete e Seu Conjunto, no Aero Clube. Claro que me lembro do grande baile, no Ferreira da Luz, com Waldir Calmon e seu conjunto, neste eu ainda era um moleque, devia ter meus quinze anos, e meu par constante foi a Eliane, não a minha irmã mas a Eliane Tostes Cardoso,  na época apenas Eliane do Altair, um pouco maior do que eu, mas formávamos um par dançante que chamava a atenção dos adultos. 

Conversa vai... Conversa vem... Papo de botequim sempre algumas lembranças são destacadas, e. alguém lembrou de um músico excepcional, mas cujo nome ele não lembrava, mas tinha certeza que era pai de uma cantora famosa. E lembrar de grandes músicos é um privilégio meu e na hora matei a charada: - Booker Pitman? Pai da Eliana Pitman? Sabe porque me lembrei dele imediatamente? Meu saudoso amigo Ignácio Pires da Silveira me chamava assim quando me via "diz aí Booker Pitman". 

- Este mesmo, disse o amigo. Que baile espetacular, dancei muito e ficava longos minutos apreciando o grande artista e ouvindo a voz maravilhosa de sua filha. Sensacional, foi lá no Ferreira, tenho certeza. 

E foi mesmo um grande baile, como muitos daquele tempo espetacular, os conjuntos que por ali passaram, como um de Resende, que veio em alguns bailes de debutantes, Windsor, marcou bastante meu tempo de dançarino do Aero Clube. Windor tinha um músico, acordionista, naquele tempo o teclado ainda engatinhava, e este moço me chamava a atenção com sua qualidade musical.

E foram tantos que ficaram na lembrança que dá para contar em várias colunas, mas quando o Clube XV foi inaugurado, a nova sede,  claro, e o Aero Clube interditado devido a possível possibilidade de ruir, ainda está em pé até hoje, os bailes passaram para o clube da Av Brasil, agora Av Luis Fernando Linhares, e por lá tocaram Cry Babys, fantástico grupo paulista, Los Gringos, de Além Paraíba como o Sexteto Rex, que também brilhou no Aero Clube, e as orquestras o Severino Araújo e a espetacular Cassino de Sevilha, que todos os anos rodavam pelo Norte Fluminense alegrando salões da região. 

Alguém pediu um Cuba Libre e o Amauri foi franco: - A esta hora? Pelo amor de Deus, deixe para logo mais, na Exposição. E eu emendei, que tal sair também um Gim Tônica? E o outro, mas abusado, "me sai aí um Samba em Berlim". O quê? Isto, Samba em Berlim, que é o famoso drink de pobre, cachaça com Coca Cola. 

E o papo acabou quando chegou o famoso salpicão e a salada francesa do Cabeção e ficamos de voltar no dia seguinte para um novo "recurdo" dos bons tempos do Grêmio Estudantil Alberto de Oliveira, mas o dia seguinte era segunda-feira e o bar estava fechado. 

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