Miracema: 50 anos de festa e 78 de vida

Ih! Rapaz, o tempo passa correndo e você nem percebe que os filhos cresceram, que já nos deram netos, que os cabelos ficaram brancos, em alguns amigos nem existem mais, e a seu lado estão faltando grandes companheiros de várias jornadas e, o motivo desta prosa de hoje, nossa Exposição Agropecuária de Miracema, completa cinquenta anos de existência.

Quanta saudade das festas espetaculares. Quantas paqueras, quantos namoricos, quantas cervejas na Barraca do Bode, quantos papos na Barraca do Dadinho, quantos sapatos gastos no ir e vir do centro até o Parque Jamil Cardoso. 

Esta semana, conversando com o amigo Octávio Tostes, que a esta altura deve estar traçando seu texto para o jornal Liberdade de Expressão, sobre o mesmo tema, contei para ele que ali, na Barraca do Bode, comemorei meu noivado com Marina e, marquei a data do casamento, realizado um ano depois, naquele 4 de maio de 1974.

No palco principal eu vivi bons shows e também ganhei algum dinheiro extra como locutor oficial do evento, levado, sempre pelo saudoso amigo Calil Saluan Neto e sua CSN Publicidades. o local, convocado pelo “afilhado” José Souto, vi um dos melhores shows ali realizados, o 14 Bis parecia estar cantando só para mim e eu, ali na coxia, me sentia feliz e realizado por ver toda a movimentação do grupo de pertinho e compartilhando com eles a alegria de cantar e viver.

Já contei aqui, em edições passadas, a feste em seu início, lá no Estádio Municipal, as encrencas que tivemos com o então prefeito, Jamil Cardoso, e contei por aqui a alegria de voltar a cidade, como Cidadão Ausente Número Um, honradez hoje destinada ao Holden Macedo da Silva, Marilza, sua mãe, deve estar toda orgulhosa onde quer que estiver neste momento, vivi por ali, naquele parque, só momentos marcantes e jamais me decepcionei com a nossa principal festa.

Porém, tem sempre um porém, já não a curto como nos bons tempos, nem mesmo os reencontros, como fizemos nos anos 90 e até no principio dos anos 2000, já não se faz com regularidade, me parece que a turma está decepcionada com a troca da festa tradicional por shows populares visando trazer visitantes em excesso e se esquecendo do principal, a volta do Miracemense Ausente ao lugar que lhe deu vida.

Vivi muitos momentos marcantes na comemorações dos aniversários de Miracema, os desfiles cívicos me deixaram marcas maravilhosas e foi na rua Direita, palco principal das comemorações do 3 de maio, que com o meu piston e com a Banda Marcial do Colégio Miracemense, coloquei meu nome na história das passeatas estudantis. 

E aí vem na memória meu xará, Adilson Cagiano, baluarte desta Banda Marcial, maestro por intuição e gênio das baquetas, e meu par preferido nestes desfiles de maio. Nós, os Adilsons, realizamos manobras esplendidas e inventamos toques, batidas e botamos a banda na rua para brilhar e consagra-La como uma as melhores de todos os tempos no interior fluminense. 

Ih! Rapaz, o tempo passa depressa e é preciso sentar novamente na calçada da Marechal Floriano e pensar que não existe mais o Bar Pracinha, o Bar Mocambo, o Bar do Vavate, o Bar Líder e nem mesmo a Sorveteria Miracema para fechar as manhãs de 3 de maio e começar o encontro da tarde entre velhos amigos miracemenses.

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