Natal: Lembrando dos padres holandeses
Eu sentei por aqui pensando em escrever algo meio saudosista ou uma crônica diferente para este Natal que se aproxima. O Nelson Barros pedia urgência: “O jornal vai prá gráfica na quarta-feira”, dizia o chefão com um jeito nervoso. Natal sempre deixa a turma agitada e alguns mais emotivos e outros com espírito de solidariedade em alta.
No ano passado até que consegui levar algumas linhas sem chorar, sempre chego as lágrimas quando me recordo dos belos e duros natais que passei na infância, sempre dando duro ao lado da família lá no Bar do Vicente Dutra.
Porém, tem sempre um porém, por não achar o ponto certo do texto eu ainda estou aqui, enchendo lingüiça com este textinho básico e improdutivo, enquanto a máquina do cérebro vai rebobinando a fita em busca do ponto certo.
Olhei fotos, li jornais antigos, troquei e-mails com amigos. Tudo isto a procura do ideal para colocar aqui nesta crônica de Natal. De repente, quando achei que estava enrolando demais, vejo uma foto do Roberto Dinamite com a camisa do Vasco, em um recorte bem antigo do Jornal dos Sports, e o que me veio a cabeça? Os padres holandeses, que por muitos anos catequizaram os meninos de Miracema ao lado de abnegadas como D. Áurea Bruno ou D. Climene Moreira.
Pimba... Era tudo o que queria para um gancho natalino. Não preciso mais procurar no Google algo para ilustrar o texto, já busquei na memória o material que precisava para completar a crônica do Natal 2010.
Padre Alberto ouviu-me, não em confissão, mas naquela conversa que ele gostava de ter com as crianças da Paróquia, e ficou sabendo que eu odiava o Natal, não o espírito natalino e sim, como eu já contei aqui por diversas vezes, a injustiça que via na divisão dos presentes.
Falei, já naquele tempo eu tinha o dom de falar demais, e ai fui obrigado a ouvir, e se minha memória ainda está me acompanhando, trago um pouco do que ouvi do Padre Alberto enquanto descíamos as escadas da igreja rumo a casa dos pobres, onde iria, como Padre Antonio, fazer algumas orações com os velhinhos que ali moravam.
- Meus pais, lá na Holanda, também não viam estas comemorações com bons olhos, mas um certo dia tudo mudou lá em casa.
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