Bebidas & Comidinhas estão em falta?


Já comentei por aqui que os botecos não nos oferecem mais aqueles quitutes do tempo de minha juventude. Não só por aí, na nossa “Santa Terrinha” que existe tal reclamação. Aqui, na tradicional Campos, que hoje é dos Goytacazes, os pasteis de dona Odete não são mais aqueles desde que ela se foi para o andar de cima, a empadinha do Bar Capital parece ter uma nova receita, o quibe do Cantão já não é tão libanês assim, etc e tal.


Onde comer, por aí na terrinha, um pastel como aquele da minha avó Maria, que a gente encontrava no Bar do Zebinho? Onde comer aquela coxinha do Bar do Zé Careca? E aquele pernil de dona Beleza, lá no bar do Toninho Richard, será que alguém faz igual nos tempos modernos? E o chapa do Bar Pracinha? Sei não, acho que será preciso voltar no tempo ou então imaginar comendo um bife do Angeludo ou do Farid, caso contrário será difícil encontrar igual por aí.


Sabe o motivo desta baita saudade? Na última vez que estive por aí girei com os amigos Souto e Caveari pelos bares e, felizmente, encontramos um bife gostoso e no ponto ideal para acompanhar nossa cerveja da noite. Sentamos no Bunda de Fora, do amigo Sebastião, e senti que ainda existe carne decente na cidade. Boa, gostosa e no preço que um ser normal pode pagar.


Ei, não pense que estou fazendo comercial ou tentando ganhar o prato do dia como pagamento do merchan aqui no espaço. Pode ter certeza que não e, para justificar a livre iniciativa, recomendo também a Kafka do Chaquib Mansur, no Mercado Municipal, que trouxe para Campos e foi bastante elogiada pelos amigos do Armazém do Lenílson, local sagrado da turma de cervejeiros das sextas e sábados.


Segundo o Renato Caveari a turma que freqüenta o Bar do Melado sabe das coisas e bebem pensando na Kafta do Chaquib e nos pratos deliciosos feitos com linquiça, que podem ser encontrada no açougues do Norton e do Lenílson, que por sinal também fazem parte do cardápio de minha turma aqui da intrépida Campos dos Goytacazes.


Mas ainda falta algo, ainda faltam aqueles picadinhos deliciosos que a gente saciava a fome no Mocambo, do Nego, que eram complementados com o pão quentinho comprado na padaria do Leco, que herdou do seu pai, Olímpio, o jeito de fazer um pão pequeno e delicioso, que por sinal também não se acha mais na cidade. Ou sim?


Hoje, pelo menos aqui na nossa Campos, o Botequim do Seu Evaldo oferece um variado cardápio para tira-gosto e mata-fome dos biriteiros de fim de noite ou final de semana. Bolinho de carne-seca com abóbora é o mais pedido pela turma aqui de casa, o picadinho não é como aquele do Nego, que falei acima, nem a batata se parece com a do Bar Pracinha, mas dá para sentar, tomar dois ou três chopes e ficar com o “bucho” cheio e pronto para mais duas ou três rodadas.


E por falar em bucho, que é que faz um bucho a milanesa como dona Lili fazia lá no Bar do Zebinho? Quem é que faz um choriço de porco como o Lúcio servia em seu bar, na Rua da Laje? Quem faz aquelas frissuras de porco como fazia o pessoal do Bar São Jorge? 
Podem ficar com água na boca, meus amigos e leitores, eu ainda estou procurando um lugar para sentar, beber e, de vez em quando, beliscar algo saudável e de acordo com a recomendação de meu cardiologista. O que se encontra por aí são churrascos suculentos, carne fora do ponto e um punhado de bolinhos, coxinhas ou salgadinhos que não condizem com o  tradicional tira-gosto do cervejeiro que gosta de seu copo sem gordura e com a espuma sendo o principal elemento do liquido sagrado.

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