E O OSCAR VAI PARA....

Hoje é dia da maior premiação do cinema norte americano e bate uma saudade incrível dos bons tempos, em que ir ao cinema era o melhor programa. O Oscar, premiação em questão, é como uma Copa do Mundo de Futebol disputada anualmente e, entre os que concorrem, estão os craques da telona, que passam o ano inteiro nos proporcionando um entretenimento espetacular.

Hoje é dia de clássico no Maracanã e bate uma saudade incrível dos bons tempos, quando ir aos estádios era o melhor programa de domingo. O clássico, em questão, é um dos mais tradicionais do país e é disputado quatro vezes ao ano, se não chegarem as finais de algumas competições, como Taça Guanabara, Taça Rio ou Copa do Brasil. Nestes times estariam, em tempos idos, os mais consagrados artistas da bola, que passavam o ano inteiro nos proporcionando entretenimento espetacular.

Clark Gable, Rock Hudson, Fred Astaire, Zaza Gabor, Elizabeth Taylor, e tantas outras celebridades de Hollywood, faziam a festa no tapete vermelho do principal teatro da cidade do cinema. Garrincha, Telê, Quarentinha, Amarildo, Valdo e outros craques ou goleadores, faziam a festa no tapete verde do Maracanã. Hoje, com todo respeito, ainda circulam por lá alguns nomes consagrados, assim como por aqui correm atrás da bola alguns candidatos a craques, mas cá prá nós, dá prá comparar?

Aqueles que me taxam de saudosista que me perdoem, um filme como Casablanca, que até hoje é reprisado nos canais por assinatura, ou como o fabuloso A Ponte do Rio Kwai, ou até mesmo o água com açúcar Amor Sublime Amor, que tem início, meio e fim, diferentemente destas fitas de hoje, onde o personagem principal é a violência ou golpes fabulosos, como nas novelas globais. Estes vencedores de Oscar fizeram a minha cabeça e me transformaram em um cinemaníaco incrível.

Jogo como aquele que decidiu o Campeonato Carioca de 57, vencido pelo Botafogo, quando Paulinho Valentim mandou cinco bolas para as redes do Fluminense, na goleada por 6x2, me fizeram gostar do futebol bem jogado e não por este apresentado nos tempos modernos, onde o resultado é o que interessa.

Filmes épicos, como Ben Hur ou Lawrence da Arábia, que duravam uma eternidade, eram esperados por todos nós, namoradores de plantão, para que pudéssemos passar horas a fio sentados, em poltronas desconfortáveis, ao lado da amada. O que dizer do fabuloso Maior Espetáculo da Terra? Depois dele jamais fui a um circo ou coisa parecida, o Tony Curtis foi fantástico no papel de acrobata e ponto final. Circo passou a ser olhado com indiferença por este, então jovem, escriba.

O filme é antigo, ganhou o Oscar em 1936, mas ainda está vivo na minha memória: O Grande Motim, e só em 1971 um filme de guerra levou novamente a estatueta, Patton, herói ou rebelde? É tempo de saudade, tempo do Trianon e suas poltronas formidáveis e sua tela extraordinária, tempo de Cine Sete, com suas cadeiras de madeira, sem forro, e sua tela pequena e manchada de mofo, tempo de Cine Quinze, um dos primeiros do interior a serem modernizados e construídos como as grandes casas da capital.

Maracanã ou Cinema Metro? Era a dúvida das quartas-feiras. Descia nas Saens Peña, na Tijuca, e olhava os cartazes do Metro para ver o que entraria em cartaz. Uma certa quarta-feira o Flamengo pegaria o Atlético Mineiro, no maior do mundo, mas no Metro Tijuca entraria na programação o esperado Perdidos Na Noite, ganhador do Oscar em 1970 e trazia o prestígio de maior bilheteria dos últimos anos. O que preferi? Fui ao cinema e não me arrependi, e não me pergunte se o Flamengo venceu ou perdeu, mas se quiserem saber sobre o enredo e a atuação dos atores é só marcar hora.

Hoje eu vou rever alguns destes ganhadores de Oscar nos canais Telecine, e, por favor, não me convidem para ver Americano x Friburguense ou Botafogo x Fluminense, não vale a pena perder esta grande oportunidade de rever grandes fitas e grandes artistas. Amanhã eu leio sobre as partidas e conto prá vocês aqui da coluna.

O Oscar vai para... Você, amigo leitor, que me agüentou e me leu até o final deste parágrafo. Um abraço e bom domingo.

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