AS FOTOS DOS MEUS ARQUIVOS

Hoje eu acordei cedo, por volta das quatro da manhã, para levar o Leandro até a rodoviária, suas férias acabaram e a volta ao batente está prevista para esta segunda-feira. Voltei, meia hora depois, e o sono ficou no meio do caminho e a solução era contar carneirinhos na tentativa de vê-lo voltar o mais rápido possível, afinal não havia programado nada para esta manhã de segunda com cara de domingo.

Fiquei rolando na cama em busca de algo que pudesse me fazer retomar o sono dos justos, mas nada. Então a solução foi pensar em algo para escrever por aqui, como sempre faço nas madrugadas perdidas, e os assuntos pensados estavam esgotados ou já não interessavam nem um pouco ao escriba e muito menos a quem o acompanha.

Desisti e fui para o laptop buscar opções e olhar fotos antigas, recentemente escaneadas e colocadas em pastas de arquivos. Achei bem legal ver fotos de viagens, um dos meus hobbies favoritos e fotos da família em festas de aniversário ou natalinas. Fiquei ali por longos minutos a pesquisar sobre minha vida e sobre o que já passei neste mundo de meu Deus.

Vi fotos com amigos de infância, no jardim, nos campos de futebol, nos colégios e até na banda de música, mas não encontrei nenhuma que me levasse de volta ao conjunto do Zé Viana ou no grupo formado pelo Hélio, que abrilhantavam os bailes do Polaca e do Esportivo. Parece que não vivi este momento e os registros estão apenas na memória de quem viveu intensamente aqueles bailes das noites de sábado lá na terrinha.

Foram bons tempos, mas não há registro fotográfico ou visualização em filme ou coisa parecida. Há testemunhas? Perguntaria o amigo que me lê. Sim, muitas testemunhas dançantes e ouvintes dos nossos ritmos e nossas músicas, que eram escolhidas a dedo pelo Zé Viana e sua turma. Fica aí o pedido para que, caso apareça uma foto, me seja enviada para arquivos de minha memória no computador.

As fotos do futebol também já não são tantas, um gatuno invadiu minha casa, no final dos anos 80, e levou parte do meu acervo em jornais, revistas e fotos, entre estas as faixas de campeão, as fotos de gols e times formados, e as reportagens dos velhos tempos da bola. Não havia computadores naquela época disponíveis para resgatar e proteger a história nossa de cada dia.

Ainda bem que estão salvas as fotos e os causos de viagens, que não foram poucas, por este Brasil afora e até as mais recentes, no giro pela Europa, e foram todas revistas nesta manhã de sono perdido. Olhei as fotos clicadas em Gramado, sem neve e com pouco frio, os dias passados em Porto Alegre com a família do Célio Silva, o giro pelo sul do país com Marina, onde pude conhecer o vinho mais famoso do país, o Santa Helena, em Curitiba, e visitar as vinícolas de Bento Gonçalves e Caxias do Sul.

Ainda estou procurando fotos das viagens ao interior paulista, com o José Maria de Aquino, para ver São Paulo ou Corinthians jogando em Ribeirão Preto e Franca. Ali, em Franca, encontrei Marcos Sabino, que naquele tempo começava sua carreira de sucesso e a Rádio Imperador, de Franca, tocava insistentemente “Ave Esperança”, a música vencedora de um dos festivais da canção de Miracema. Emoções fortes foram vividas no saguão do Hotel do Imperador.

E por falar em festivais da canção, que bom recordar isto por aqui, vi as minhas fotos com Elke Maravilha, uma celebridades dos anos 80 que visitaram a cidade e foi jurada do nosso festival de música, reportagens e revistas sobre o evento e o caderno especial com as letras das canções inscritas para o Fecami. Belos dias, lindas noites de alegria e que hoje são saudades.

São centenas de fotografias, muitas enviadas pela mana Eliane, que curte mais estes momentos do que eu, e me oferece motivos para reviver as peladas do Rink, as andanças pelas calçadas em carrinhos puxados por bode - ou seria cabrito?- nas bicicletas do Zebinho, aliás, hoje eu sonhei com aquela sua bicicleta, minha querida irmã Eliane, e acho que foi por isto que perdi o sono.

Fotos mais recentes eram passadas em revista e eis que paro e penso: Onde estão as fotos do Banerj e da turma do trabalho no banco? Não as vejo mais e me faltam estes momentos no meu arquivo. Será que os tenho? Vou procurar por aí. Aquelas da turma da Rádio eu até encontrei, poucas, mas suficientes para abrir um arquivo e contar a história de minha passagem pela Difusora, Cultura, Cidade, Continental e Princesinha, onde tudo começou.

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