UM PARAÍSO CHAMADO BÚZIOS

Há algum tempo atrás não era possível narrar aqui, neste Papo de Bola, um final de ano tão atípico como o que estou vivendo agora, em Armação dos Búzios, onde a paz e a beleza das praias me fazem esquecer de tudo e viver a vida, como os personagens da novela global, me desligando completamente do mundo da bola e dos simples mortais.

A visão de onde estou no momento é deslumbrante. O silencio é quebrado pelo barulho dos pássaros e os latidos dos cães, sempre vigilantes e prontos para defenderem as mansões de seus proprietários. São sete da manhã e a turma que me acompanha, ou que estou acompanhando, tanto faz a colocação da frase, ainda dorme embora tenha prometido acordar cedinho para chegar a praia de Geribá antes do movimento intenso do balneário.

Cheguei aqui na segunda-feira, 28 de dezembro, bem cedo e tive tempo suficiente para conhecer o ambiente e tomar conhecimento do entorno. As azulzinhas já estavam no freezer e o sol parecia querer ser nosso companheiro nesta semana de passagem de 09 para 10. Soa engraçado isto não? Um final de ano em Búzios com a família e os amigos é algo incomum nestes meus sessenta anos de vida.

Vai um buraco aí? Aberto ou fechado? Qualquer coisa. Jogue as cartas na mesa e vamos papear sobre o que deixamos prá trás nestes dias de desplugamento total. Os computadores não funcionam, alguém aí trouxe uma internet banda larga? Como a resposta foi negativa o jeito foi cair na prosa, como naqueles tempos de interior de Minas, para os meus companheiros de descanso, como também na minha terrinha lá no interior do Estado do Rio. Papo sobre a vida, recordações de nossos torrões e um pouco de volta ao passado, sem televisão ou qualquer outra modernidade.

Flamenguistas e cruzeirenses se encontram e tentam falar do Brasileirão, que acabou recentemente, mas o clima não estava propício para as discussões, no bom sentido é claro, sobre o velho e bonito esporte bretão. O papo de bola não fluía, talvez pela falta de motivação dos adversários mineiros, que no início da temporada era pule de dez para a conquista de mais um campeonato nacional. Na ausência das notícias do mundo da bola o prato principal passou a ser as viagens e as estórias sobre as andanças de cada um de nós.

O Ralph, sempre preocupado com vendas ou compromissos financeiros, nestes dias só tem pensado em sua Viviane, que desta vez está a seu lado por longos e maravilhosos dias de folga.

Continuo olhando o cenário buziano e nada se iguala a beleza deste lugar, pouco conhecido por mim e tão cheio de mistérios e paixões. Não sei se o Manoel Carlos está em um lugar como este aqui, onde narro este pequeno trecho, mas com certeza tem pela frente um vídeo sobre Búzios e suas belas freqüentadoras e de suas praias maravilhosas.

Prá quebrar a rotina fomos, ontem à noite, caminhar pela Rua das Pedras observar o ir e vir dos milionários e daqueles que, durante o ano inteiro, juntaram uma graninha extra para ficar entre celebridade do mundo televisivo ou endinheirados não tão badalados assim.

Certa vez um amigo me disse: Búzios é o lugar onde os ricos se encontram e os pobres os admiram. É a dura realidade. Restaurantes chiques, lojas elegantes e bares da moda são freqüentados pela elite e, no entorno do lugar, nas ruas paralelas ou transversais, os chamados emergentes se reúnem e dividem uma mesa de um boteco ou de um barzinho, sempre comandados por um gringo, onde dividem também a “dolorosa” conta do final de noite.

Notícias do mundo? Nem pensar. Um jornal foi aberto na manhã de ontem, rodou de mão em mão durante boa parte do dia, mas como todos nós, na véspera da viagem, tivemos acesso a internet e a televisão, o jornal já chegou como notícia velha.

Zezé, o cruzeirense, com sua Christiane, rubro-negra feliz, queria saber quais os reforços que seu time apresentaria na segunda-feira, de forma oficial. Gervásio Júnior, ao lado da indefinida Sheila, ainda comemorando o hexa, já sabia da renovação de Adriano e esperava o anúncio da contratação de Vagner Love. Foram as únicas palavras trocadas sobre o futebol e à noite, ouvindo uma MPB em um cantinho qualquer da Rua das Pedras, eu, Gervásio, o pai, Marina e Helena, tentávamos degustar uma comidinha nada comível, porém, tem sempre um porém, a companhia, a música e o lugar deixava este pequeno inconveniente de lado, já que a menina Maria Vitória era o centro de atenção de todos nós.

Comentários

Unknown disse…
Meu amigo e quase conterrâneo,Adilson!!Vc esteve em Búzios e não me ligou!Mas eu entendo!No dia 09/01/10 eu , Bruno e o PC,vamos fazer um churrasquinho e pedimos a sua presença em Cambuci!Ficaríamos muito felizes com a sua presença com a Marina e cia!Um abração! Eduardo Ragoso.

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