DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Um dia chego a casa mais cedo, tive um dia cheio e enervante no trabalho, e encontro uma cerveja na geladeira, um petisco fresquinho sobre a mesa e uma pergunta: O Flamengo joga hoje? Com a resposta afirmativa minha mulher faz outra pergunta. Posso convidar uma amiga para assistir contigo? Ela, sabendo que não gosto de dividir o sofá com mulheres, em dia de futebol fica bem claro, jogou um charme e, a cerveja era chantagem, para que pudesse aceitar o pedido todo especial, que diga-se de passagem aceitei sem nenhum contragosto, afinal era a Deca, nossa prima, que estava na cidade nos visitando e queria ver o seu Flamengo jogar.

Deca é daquelas que sabe tudo do esporte, assim como a minha mana Teresa, que compra pacote do “paga prá ver” do Brasileiro, do Carioca e até do Paulista. Deca, a nossa Angélica, é fera como o mano Zé Renato. Sabe tudo sobre qualquer esporte e tem sempre uma resposta pronta e assunto diverso, sobre o mundo dos esportes, para colocar em discussão, e não perde uma.

Assim é a mulher no dia de hoje, totalmente liberta do preconceito de que mulher não sabe nada de futebol. Teresa e Deca vieram para desmentir esta colocação e falam como ninguém sobre o mundo da bola. Uma outra mulher me veio a lembrança quando o nosso editor me ligou pedindo para falar na mulher, na edição de hoje. Lembrei-me da Diva, uma amiga de juventude e apaixonada pelo Fluminense. Ela, a Diva, foi a primeira menina que vi discutindo futebol com autoridade de gente grande, conhecia os bastidores do tricolor como ninguém e sua coleção de revistas não eram apenas para olhar os rostos bonitos dos jogadores, era mesmo para ficar por dentro e dar um olé nos meninos da terrinha.

Assim são estas mulheres do esporte, sem medo de enfrentar as arquibancadas e sem medo de serem felizes. Poderia falar nas nadadoras, nas jogadoras de futebol, nas atletas olímpicas, mas nada disto me veio a cabeça, pois tenho certeza de que todos os jornais, do mundo inteiro, irão tecer loas a estas atletas fenomenais ou esquecidas. Até o presidente Lula vai homenagear as atletas brasileiras no Dia Internacional da Mulher.

Por isto, ao ser convidado para falar sobre elas no dia reservado a elaS, escolhi a Teresa, a Deca e a Diva, torcedoras fieis, freqüentadoras de sofás e arquibancadas, conhecedoras profundas do mundo da bola. Diva e Teresa jogaram basquete, ambas têm em casa medalhas do JAI (Jogos Abertos do Interior) e do saudoso JENF (Jogos Estudantis do Norte Fluminense), e representam a liberdade de expressão futebolística da mulher brasileira, que hoje tem na Soninha e na Milli Lacombe, suas fieis representantes na tevê brasileira.

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