DIÁRIO DE BORDO - LISBOA

Há cinco anos, ou mais, eu e Marina planejávamos uma viagem dos sonhos. Conhecer Portugal, pátria mãe de nós, brasileiros sem memória, a velha e maravilhosa Itália, claro que com passagem pelo Vaticano, sem deixar de ver de perto a Cidade Luz. Paris é o sonho de consumo de dez entre dez brasileiros, e teria que estar em nosso roteiro, que começou no dia 11 de setembro, uma data em que poucos gostariam de estar a bordo de uma aeronave, mas católico fervoroso e sem um pingo de superstição, entramos em um vôo TAP e aqui estamos, no primeiro passo de nossa viagem internacional.

Dois dias livres, afinal viajamos antes de toda a turma da excursão aproveitando o desconto oferecido por voarmos em 11/09, e aproveitamos para conhecer de perto o restaurante Brasileirinho, onde Marina matou o desejo de estar perto de Fernando Pessoa, um escritor português muito citado em suas aulas de literatura. Á noite, para embalar os sonhos e espantar o sono, um festival de fado e vinho, regado é claro, por deliciosos petiscos de bacalhau, não estes encontrados por aí, mas, água na boca de quem é amante da boa culinária lusa, aqueles bem nutridos e genuinamente português.

Depois de uma passagem pela Torre de Belém, onde os pasteis de nata me levaram a saudade dos pasteis de minha avó, um pulinho até Cascais e Sintra, cidades próximas a Lisboa, e no retorno um passeio pelo Bairro Alto, onde proliferam restaurantes e boas casas de fado, o final de noite, regado a vinho do Porto e a cerveja Sagres, não poderia ser melhor, e a conversa girava em torno da visita ao Santuário de Fátima, no dia seguinte, onde realizamos o primeiro grande momento da viagem: Orações em louvor a Virgem Santíssima e pedidos para que toda a viagem se transcorra em paz.

Antes de seguir para Madrid, onde chegaríamos na noite do dia 15/09, um almoço farto e tipicamente português, servido na aldeia de Monsanto, no Parque Natural do Rio Tejo, onde nosso ônibus fez o primeiro pit-stop da viagem a terras espanholas.

Madrid não era novidade para nós, Plaza Mayor e cercanias já haviam sido visitadas em 2005, em nossa primeira passagem pela capital espanhola, por isto evitamos um desgaste e fizemos apenas um reconhecimento do terreno, além, é claro, de algumas cañas e alguns "tapas", tradicionais tira-gosto dos bares espanhóis, saborosos e deliciosamente caros para os padrões de um turista brasileiro.

Espetáculo Flamenco? Nem pensar. Os euros disponíveis não estavam sobrando e muito chão pela frente impediam este gasto extra, deixamos a grana para quando chegarmos a Roma, Cidade Eterna, e, quem sabe, para uma parada em um dos maravilhosos cassinos de Monte Carlo, pode onde passaremos no próximo sábado, antes de chegarmos a Nice, na Cote d’Azul.

De Madrid até Toledo, cidade medieval também já visitada por nós, em 2005, foi como reviver bons momentos. A cidade é deslumbrante e seus labirintos fazem com que nossa imaginação tente, e não consegue, entender como se fez uma obra deste porte em plena guerra entre judeus, cristãos e mulçumanos. Toledo é cercado por fortalezas espetaculares e nos remete a um tempo em que Roma era o Império do Mundo.

Enquanto escrevemos este Diário de Bordo, para os amigos que nos lêem no Blog do Penacho, no Jornal Dois Estados e o Diário NF, navegamos pela internet e colocamos os homens do hotel Praga, no centro de Madrid, em busca de um ingresso para o jogo de logo mais, pela Liga dos Campeões da Europa, entre o Real Madrid e o Bate, da Bielo Rússia, no primeiro jogo da competição de maior prestígio no futebol do mundo.

Amanhã a viagem prossegue, já estou em conexão com um cambista, que me chama no saguão do hotel, provavelmente terei a chance de voltar ao Santiago Bernabeu e ver os “Merengues” novamente em ação. Tomara que desta vez eu veja uns gols, pois no clássico maior dos madrilenhos, em 2005, nem Real nem Atlético me deram esta oportunidade, mas só em ver de perto o grande Zidane, um dos maiores do mundo, valeu a viagem.

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