CONVERSA DE BOTEQUIM 6
NO BAR DO PAPA
Esta semana minha caixa postal ficou lotada de reclamações, eram amigos de todos os cantos lamentando a possível atitude do prefeito da minha “Santa Terrinha” de fechar os botecos e bares as vinte e duas horas, mais conhecida como dez da noite. “É impossível!!” Brada Solon, já prevendo sua desistência de uma nova visita a sua Miracema. Motta, cuja presença em nosso torrão natal é sempre conduzida pelo velho Solon, faz coro e diz que dificilmente volta a nossa cidade. “Ir lá, como? Não passo um dia sequer sem um bom papo de bola em um botequim”, arremata o gordo bom de papo.
Dr. Vieira, advogado dos bons, me manda um torpedo, via celular, que dá o sentido exato de sua raiva. “Quem diz que eu volto por lá? Nem mesmo você me fará retornar as nossas conversas de botequim. Me inclua fora dessa”. Quando eu pensava em descansar e sair um pouco da rotina do computador, me vejo cercado pelo Barreto e pelo Amaro, ambos levados a “Santa Terrinha” por este escriba. “Li no jornal de lá que os bares irão fechar às dez da noite, é verdade?”, me pergunta Amaro com sua voz forte e rouca. O Barreto, mais comedido, apenas sorriu ironicamente como quem diz, “o que vocês farão agora naquela cidade? Nada, como sempre”. Tá certo, pode encarnar, mas tenho certeza de que os nossos bravos edis estarão lutando contra a corrente e, mesmo porque, o Bar do Micão (que não é mais do Luiz Antonio) fica em frente a Câmara de Vereadores e serve uma gelada da melhor qualidade.
Para esquecer a frustração fui ao show dos Black Bird, cover dos Beatles, e me entreguei de vez ao passado. Dancei, cantei (se é que sei alguma coisa de inglês) e assobiei como nos bons tempos. Mas nem mesmo lá no Jardim do Liceu fiquei livre das reclamações-quem mandou levar o celular?- e quando mais agitada estava à tarde toca o danado. “Penacho, quem mandou fechar os bares?” Era meu amigo Moura, que também estava animado com a ida a Miracema para a festa do reencontro. Tento explicar que ainda não tem nada definido, mas o baixinho é tinhoso e dita na hora uma frase para escrever no blog. “Bota aí no Blog do Penacho (http//blogdopenacho.zip.net) que não vai mais ter festa do reencontro, afinal onde é que a gente vai beber?”.
Está certo, Moura, boa pergunta. Mas tudo isto será sanado e vamos resolver com o senhor prefeito, ele tem boas idéias para a cidade e não é um assunto desta natureza que irá incomodá-lo. “Li, também aqui no O Tempo, que ele se destemperou com umas moças em uma reunião com a Polícia Militar e Associações de Bairros, mas foi um destempero isolado e que não ocorrerá quando alguns pinguços forem conversar em seu gabinete. Ele não bebe, meu caro Dutra?” Foi a pergunta do amigo Vasconcelos, dono do Para-Raios, que agradeceu piamente a graça de ter nascido em Campos e não em Miracema. “Eu lá iria ficar na lona, meu boteco só ganha movimento depois das oito da noite e em duas horas não dá para ganhar nem o da luz”, diz o dono do boteco da minha esquina.
Voltando ao e-mail do Motta e ao telefonema do Solon, explico que ambos estão preocupados com o futuro da cidade. Solon, miracemense de boa cepa, que ficou cerca de trinta anos sem colocar os pés na “Santa Terrinha” tomou um susto. “Dutra, você me falou tão bem deste novo governo que até lá eu fui. Você se lembra que sentamos em todos os bares da cidade, tomados todas as marcas de cerveja e chegamos a casa, com a reprovação das patroas, por volta das duas da manhã. E agora, como é que vou fazer para beber as minhas “louras geladas” por lá? Pode ter certeza, lá eu não volto tão cedo, beber em casa não é o meu forte.”, encerra o papo o velho amigo Solon.
Motta, apesar de campista/carioca, adora Miracema e sempre que pode dá uma fugida para lá. “Estou desnorteado, meu caro amigo, aquela terra é tranqüila, cheia de paz e de gente da melhor qualidade. Drogas e bebidas fazem parte de todo o planeta e não será fechando botecos às dez da noite que irá impedir o consumo destas porcarias. Será que para não entrar gente ruim na cidade o prefeito irá mandar fechar a Rodoviária e impedir ônibus intermunicipais e intermunicipais na sua terra?”. Boa, Motta. Ainda não tinha pensado no assunto, mas é uma boa solução. Fechem as portas da cidade, quem está dentro não sai e quem está fora não entra. Bom, pelo menos não será preciso gastar uns trocados com a operação tapa buraco das estradas, principalmente as da entrada da cidade, que estava um horror quando aí estive pela última vez.
Esta semana minha caixa postal ficou lotada de reclamações, eram amigos de todos os cantos lamentando a possível atitude do prefeito da minha “Santa Terrinha” de fechar os botecos e bares as vinte e duas horas, mais conhecida como dez da noite. “É impossível!!” Brada Solon, já prevendo sua desistência de uma nova visita a sua Miracema. Motta, cuja presença em nosso torrão natal é sempre conduzida pelo velho Solon, faz coro e diz que dificilmente volta a nossa cidade. “Ir lá, como? Não passo um dia sequer sem um bom papo de bola em um botequim”, arremata o gordo bom de papo.
Dr. Vieira, advogado dos bons, me manda um torpedo, via celular, que dá o sentido exato de sua raiva. “Quem diz que eu volto por lá? Nem mesmo você me fará retornar as nossas conversas de botequim. Me inclua fora dessa”. Quando eu pensava em descansar e sair um pouco da rotina do computador, me vejo cercado pelo Barreto e pelo Amaro, ambos levados a “Santa Terrinha” por este escriba. “Li no jornal de lá que os bares irão fechar às dez da noite, é verdade?”, me pergunta Amaro com sua voz forte e rouca. O Barreto, mais comedido, apenas sorriu ironicamente como quem diz, “o que vocês farão agora naquela cidade? Nada, como sempre”. Tá certo, pode encarnar, mas tenho certeza de que os nossos bravos edis estarão lutando contra a corrente e, mesmo porque, o Bar do Micão (que não é mais do Luiz Antonio) fica em frente a Câmara de Vereadores e serve uma gelada da melhor qualidade.
Para esquecer a frustração fui ao show dos Black Bird, cover dos Beatles, e me entreguei de vez ao passado. Dancei, cantei (se é que sei alguma coisa de inglês) e assobiei como nos bons tempos. Mas nem mesmo lá no Jardim do Liceu fiquei livre das reclamações-quem mandou levar o celular?- e quando mais agitada estava à tarde toca o danado. “Penacho, quem mandou fechar os bares?” Era meu amigo Moura, que também estava animado com a ida a Miracema para a festa do reencontro. Tento explicar que ainda não tem nada definido, mas o baixinho é tinhoso e dita na hora uma frase para escrever no blog. “Bota aí no Blog do Penacho (http//blogdopenacho.zip.net) que não vai mais ter festa do reencontro, afinal onde é que a gente vai beber?”.
Está certo, Moura, boa pergunta. Mas tudo isto será sanado e vamos resolver com o senhor prefeito, ele tem boas idéias para a cidade e não é um assunto desta natureza que irá incomodá-lo. “Li, também aqui no O Tempo, que ele se destemperou com umas moças em uma reunião com a Polícia Militar e Associações de Bairros, mas foi um destempero isolado e que não ocorrerá quando alguns pinguços forem conversar em seu gabinete. Ele não bebe, meu caro Dutra?” Foi a pergunta do amigo Vasconcelos, dono do Para-Raios, que agradeceu piamente a graça de ter nascido em Campos e não em Miracema. “Eu lá iria ficar na lona, meu boteco só ganha movimento depois das oito da noite e em duas horas não dá para ganhar nem o da luz”, diz o dono do boteco da minha esquina.
Voltando ao e-mail do Motta e ao telefonema do Solon, explico que ambos estão preocupados com o futuro da cidade. Solon, miracemense de boa cepa, que ficou cerca de trinta anos sem colocar os pés na “Santa Terrinha” tomou um susto. “Dutra, você me falou tão bem deste novo governo que até lá eu fui. Você se lembra que sentamos em todos os bares da cidade, tomados todas as marcas de cerveja e chegamos a casa, com a reprovação das patroas, por volta das duas da manhã. E agora, como é que vou fazer para beber as minhas “louras geladas” por lá? Pode ter certeza, lá eu não volto tão cedo, beber em casa não é o meu forte.”, encerra o papo o velho amigo Solon.
Motta, apesar de campista/carioca, adora Miracema e sempre que pode dá uma fugida para lá. “Estou desnorteado, meu caro amigo, aquela terra é tranqüila, cheia de paz e de gente da melhor qualidade. Drogas e bebidas fazem parte de todo o planeta e não será fechando botecos às dez da noite que irá impedir o consumo destas porcarias. Será que para não entrar gente ruim na cidade o prefeito irá mandar fechar a Rodoviária e impedir ônibus intermunicipais e intermunicipais na sua terra?”. Boa, Motta. Ainda não tinha pensado no assunto, mas é uma boa solução. Fechem as portas da cidade, quem está dentro não sai e quem está fora não entra. Bom, pelo menos não será preciso gastar uns trocados com a operação tapa buraco das estradas, principalmente as da entrada da cidade, que estava um horror quando aí estive pela última vez.
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