CARNAVAL, AMOR E DECEPÇÃO
Estamos nos aproximando de mais um carnaval e com ele chegam as lembranças do Aero Clube, do Primavera, do Polaca, do Calil, da Associação, do Mercado. Falar de saudade é necessário, principalmente quando nos lembramos do Pierrot Apaixonado e do Pirata da Perna de Pau, que viviam pediam a presença da Aurora, e da Colombina. A Turma do Funil, saia às ruas pedindo para Alá-Lá-Ô mandar água, pois o sol estava queimando as suas caras. Ninguém vinha do Egito e nem sequer rezava, apenas bebia e cantava e jogava lança-perfume nas gurias que passavam pela Rua Direita.
Mane Badeco saia procurando a Linda Morena e gritando: ?Cadê Zazá?. O Bloco do Fogaréu, com o impagável Nenenzinho e sua inseparável mulinha. Mas como Uma Andorinha Não Faz Verão, por ali passavam outros brilhantes carnavalescos. Sempre lembrando do fabuloso Zé Faca, um outro mito do nosso carnaval, que saia pelas ruas enfeitadas e cruzava com palhaços e mascarados cantando as mais tradicionais marchinhas e os sambas mais atualizados do ano. Um belo espetáculo, que enchia a Passarela do Samba suor e lágrimas, estas caídas das Chiquitas Bacanas, que não vieram da Martinica, mas estavam procurando um Clóvis ou um Arlequim, para aproveitarem os quatro dias de Momo. Tá aí, uma saudade indescritível.
Hoje, além do Funk, importado dos americanos, o folião tem que aturar Os Morenos, Os Mulekes, tendo uma Sensação de que nem mesmo neste Pique Novo vai agüentar tanta pressão. Ainda bem que nos oferecem, de vez em quando, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e o Arlindo Cruz com o Sombrinha. Tá difícil, meu velho amigo. A gente pensa que vai ouvir algo interessante e lá vem um garotão marombado e levanta o seu possante som para impedir mais um sucesso da Mangueira, e em seu lugar, Só Pra Contrariar, num Toque de Prima, entra aquela caidaça, para nós, a famosa mela cueca, dizendo: Mandei Um Sinal ou então Um Laço de Fita. Coitado de nós, pobres mortais, não dá mais para segurar, explode coração.
Convidaram-me para voltar ao Carnaval de Miracema, faz 12 anos que não enfrento a estrada para ver de perto aquele que já foi considerado o melhor de todos do interior. Na última vez duas decepções me fizeram desistir. Em uma delas eu pensava estar realizando um sonho. Comprei um camarote, no Clube XV, e levei a família e os amigos. O tempo foi passando e lá por volta das três da matina eu dei conta que no meu camarote tinha mais gente que no salão. Olhei e perguntei o que teria acontecido com o povo: ?Nada não, apenas ninguém veio ao clube?, me disse o Juicy. Foi aí que prestei atenção na banda, não tinha Valdemar, não tinha Bilu, nem Biluzinho, não tinha Zé Viana, nem Zé Orçay. A banda era um misto de porcaria com bagunça e tocava de tudo, menos músicas de carnaval. Que coisa triste.
No outro ano insisti e voltei, mesmo contra minha vontade. Sai de casa vestido em um traje tipicamente carnavalesco e esperava um movimento bem legal na nossa Rua Direita. Que nada, marasmo total. Sentamos, eu, Marcinho, Homerinho e outros do Fogaréu, e esperamos o tempo passar. Em pouco tempo a rua ficou um pouco cheia, mas impressionante, não conhecia ninguém. Uma turma muito louca esperava um tal banho de espuma. Aquilo me espantou e recebi uma informação, de um alto funcionário da Prefeitura, que aquilo sim era o verdadeiro carnaval. Respondi que não e tive como tréplica a frase: ?Você está ultrapassado?. Tá legal. Peguei meu carro e voltei correndo para Campos, a tempo de ver na telinha da tevê o desfile das escolas de samba, pela primeira vez em 45 anos de praia. Só uma pergunta ao meu amigo Carlos Roberto, nosso prefeito: Será que vou ficar os quatro dias ou voltarei antes do tempo? Ou serei informado de que realmente estou ultrapassado e que carnaval bom é feito de Rap, Funk, Neo-Sertanejos e neo-pagodeiros?
Mane Badeco saia procurando a Linda Morena e gritando: ?Cadê Zazá?. O Bloco do Fogaréu, com o impagável Nenenzinho e sua inseparável mulinha. Mas como Uma Andorinha Não Faz Verão, por ali passavam outros brilhantes carnavalescos. Sempre lembrando do fabuloso Zé Faca, um outro mito do nosso carnaval, que saia pelas ruas enfeitadas e cruzava com palhaços e mascarados cantando as mais tradicionais marchinhas e os sambas mais atualizados do ano. Um belo espetáculo, que enchia a Passarela do Samba suor e lágrimas, estas caídas das Chiquitas Bacanas, que não vieram da Martinica, mas estavam procurando um Clóvis ou um Arlequim, para aproveitarem os quatro dias de Momo. Tá aí, uma saudade indescritível.
Hoje, além do Funk, importado dos americanos, o folião tem que aturar Os Morenos, Os Mulekes, tendo uma Sensação de que nem mesmo neste Pique Novo vai agüentar tanta pressão. Ainda bem que nos oferecem, de vez em quando, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e o Arlindo Cruz com o Sombrinha. Tá difícil, meu velho amigo. A gente pensa que vai ouvir algo interessante e lá vem um garotão marombado e levanta o seu possante som para impedir mais um sucesso da Mangueira, e em seu lugar, Só Pra Contrariar, num Toque de Prima, entra aquela caidaça, para nós, a famosa mela cueca, dizendo: Mandei Um Sinal ou então Um Laço de Fita. Coitado de nós, pobres mortais, não dá mais para segurar, explode coração.
Convidaram-me para voltar ao Carnaval de Miracema, faz 12 anos que não enfrento a estrada para ver de perto aquele que já foi considerado o melhor de todos do interior. Na última vez duas decepções me fizeram desistir. Em uma delas eu pensava estar realizando um sonho. Comprei um camarote, no Clube XV, e levei a família e os amigos. O tempo foi passando e lá por volta das três da matina eu dei conta que no meu camarote tinha mais gente que no salão. Olhei e perguntei o que teria acontecido com o povo: ?Nada não, apenas ninguém veio ao clube?, me disse o Juicy. Foi aí que prestei atenção na banda, não tinha Valdemar, não tinha Bilu, nem Biluzinho, não tinha Zé Viana, nem Zé Orçay. A banda era um misto de porcaria com bagunça e tocava de tudo, menos músicas de carnaval. Que coisa triste.
No outro ano insisti e voltei, mesmo contra minha vontade. Sai de casa vestido em um traje tipicamente carnavalesco e esperava um movimento bem legal na nossa Rua Direita. Que nada, marasmo total. Sentamos, eu, Marcinho, Homerinho e outros do Fogaréu, e esperamos o tempo passar. Em pouco tempo a rua ficou um pouco cheia, mas impressionante, não conhecia ninguém. Uma turma muito louca esperava um tal banho de espuma. Aquilo me espantou e recebi uma informação, de um alto funcionário da Prefeitura, que aquilo sim era o verdadeiro carnaval. Respondi que não e tive como tréplica a frase: ?Você está ultrapassado?. Tá legal. Peguei meu carro e voltei correndo para Campos, a tempo de ver na telinha da tevê o desfile das escolas de samba, pela primeira vez em 45 anos de praia. Só uma pergunta ao meu amigo Carlos Roberto, nosso prefeito: Será que vou ficar os quatro dias ou voltarei antes do tempo? Ou serei informado de que realmente estou ultrapassado e que carnaval bom é feito de Rap, Funk, Neo-Sertanejos e neo-pagodeiros?
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