Hoje é domingo, pede cachimbo?

E, como não tenho um cachimbo e nem pito mais, domingo, sem futebol, é dia de pensar na vida, olhar para trás e ver o mundo que passou por nós e recordar que "domingo é dia de missa na Matriz", domingo é dia de piscina, no Clube XV, dia de cinema, no 7 ou no 15, e, como dizia Waldir Amaral, o ídolo de todos nós, amantes do rádio esportivo, "o domingo é nosso, o domingo é do futebol na Globo". 

Mas que nada, hoje é domingo e não teve, pelo menos para este que vos escreve, missa na matriz, não teve piscina nem aqui nem no Clube XV e muito menos o cinema, que por coisas da modernidade, não existem mais o Cine 15 e nem o Cine 7, lá na terrinha e nem os famosos cinemas da velha Campos dos Goytacazes, e não tem mais Waldir Amaral, a Rádio Globo ainda existe? Bem, o futebol ainda existe mas está em Data Fifa, a mais odiada pausa do futebol mundial, as seleções perderam o charme e hoje são descartadas pelo torcedor, em sua grande maioria.. 

E o meu domingo, como disse no primeiro parágrafo, era recheado, acordava cedo, botava a caixa de engraxate na calçada do Bar do Vicente (meu avô), ganhava um dinheiro para ir ao cinema à tarde, no matinê do Cine 7 para torcer para o mocinho pegar o bandido, sempre deu certo, e aos poucos a rotina foi mudando, da caixa de engraxate para o balcão do bar, do cinema para o Estádio Municipal, jogar no Vasquinho ou no Esportivo, mais tarde no Tupã, e o que ficou, por muito tempo, já não eram mais as matinês do Cine 7 e sim as seções das seis da tarde no novo Cine XV. 

Um sorvete no Seu Abdo, uma coxinha no Bar Pracinha, um passeio pela calçada da Rua Direita, do lado esquerdo de quem desce, para ver as garotas e papear com amigos nos degraus do Banco de Crédito Real, e depois roda de violão e muita conversa nos bancos do jardim. Turma reunida, turma que hoje nem sequer eu vejo, ao vivo e a cores, nenhum destes grandes amigos, verdadeiros irmãos da vida. 

E nosso domingo era sempre o mesmo... missa, futebol, cinema e muita conversa na Rua Direita e no Jardim, mas o tempo passou chegaram os celulares, as tevês modernas, a Internet e ... bem, ficaram apenas as boas lembranças e as histórias que contamos diariamente para passar o tempo que agora é mais curto para o fim da caminhada. 

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