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Mostrando postagens de dezembro, 2023

Revendo colunas de O Diário - 2005

  O futebol do Rio, que tristeza, mais parece uma coletânea de músicas da   dupla Ivan Lins e Vitor Martins . Na quarta-feira, após mais um fracasso dos outrora poderosos cariocas, os torcedores poderiam cantar os versos de “Somos Todos Iguais Esta Noite”, em que o poeta Vitor Martins definiria assim a vergonha de Flamengo, Fluminense e Vasco: “Somos todos iguais esta noite, na frieza de um rosto pintado, na certeza de um sonho acabado, é o circo de novo”.   Enquanto isto, lá na Cidade do Aço, os torcedores Ouro/Negro do Voltaço ensaiam a canção “Vitoriosa”, prevendo que com a derrota para  o Ipatinga , pela Copa do Brasil, Americano fique cabisbaixo. “Quero a sua risada mais gostosa, este seu jeito de achar, que a vida pode ser maravilhosa”, cantam para o veterano Túlio Maravilha, que empolgado com o novo sucesso, diz até em voltar ao picadeiro.   Mas a  dupla Ivan Lins e Vitor Martins  ainda oferece um verso para os torcedores cariocas: “Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de ab

Um dia de "celebridade" em Guarapari

  No domingo, ainda de ressaca dos festejos do último dia do ano, fui surpreendido por uma repórter de tevê, de Guarapari, que talvez indicada por um amigo comum, que me abordou no calçadão enquanto fazia minha caminhada para tirar o excesso da noite anterior.  “Senhor Adilson Dutra?”  Pergunta ela, já de microfone em punho. “Sim. O que deseja?”, respondi com outra pergunta. “Estamos entrevistando celebridades que visitam a nossa região e gostaríamos de fazer algumas perguntas; Posso?” “Celebridade? Eu?” Me assustei. Mas o que fazer. Lá vamos nós, se não for uma pegadinha estamos aí, prontos para colaborar. Então lá fomos nós caminhando e conversando sob o signo do belo sol da manhã do primeiro dia do ano. A repórter queria levar o papo para a conversa banal, tipo do que eu acho da Fernanda Montenegro, que brilha na novela das oito. Eu, cabreiro com o papo, desvirtuei a prosa e pedi para falar de esportes ou do dia a dia da política e economia. A garota, acho que é uma destas surfistas

Revendo textos - O Carnaval do Nenezinho

Na sexta-feira, logo após o treino do Operário, ele vestiu sua fantasia surrada, calçava os sapatos velhos, e acertava os apetrechos da “mulinha” junto ao pequeno corpo. Estava pronto para cinco dias de folia e brincadeiras, que começava naquele momento, dezoito horas de uma sexta-feira, e só terminava por volta das dez da manhã da quarta-feira de cinzas. Este é o Nenenzinho, ponta direita habilidoso, goleador e apesar do tamanho, pelo apelido vocês devem perceber que era mignon e por isso atuava pelas laterais do gramado. Neném era uma figura folclórica, jamais fez mal a alguém e só brincava sozinho, no verdadeiro bloco da solidão.  Sua alegria era a fuga de uma vida sofrida, barbeiro por profissão, não dava conta do trabalho, o vício do álcool o impedia de manusear com cuidado uma tesoura ou uma navalha, mas não o impedia de fazer as duas coisas que mais gostava na vida, a bola e o carnaval, mas já alguns anos sua “mulinha” estilizada já não tinha a mesma alegria de outros carnavais,

Revendo textos - Futebol de botão uma paixão antiga

  Meu time tinha  Delém , tinha Zagalo, naquela época com um L só,  Pampolini , achava bonito este nome e havia o conhecido na Tijuca, e um zagueiro lateral direito, Cacá, que tinha lugar no meu escrete porque era casado com uma miracemense. Meus craques eram tratados com carinho, tinham luz própria, estavam sempre na caixa protegida por algodão, feltro, flanela e bastante talco, que era para não estragar o polimento dado todos os dias pela manhã e à tarde.   Quem, em sua infância ou juventude, não jogou botão? Até meus filhos, criados em época diferente, o Leandro ainda guarda até hoje o seu primeiro time, montado na Rua Pereira Nunes, pertinho da  Av.  Pelinca. Por falar nesse time e na rua, por lá tinha o Andral, um militar que hoje deve estar aposentado, que incentivava a garotada a participar de campeonatos, por ele promovidos, e era bacana ver aqueles guris o acompanhando por todos os cantos levando as suas caixas com seus times de botões bem protegidos.   Por aqui, além do Andra

Revendo textos - O nosso invicto Rink E.C.

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  Na tela da tevê o jogo corria solto, alguns bebuns nem sequer espiavam o que rolava em Budapeste, naquele momento as atenções estavam divididas entre a nossa nova seleção brasileira e as pingas e “louras geladas” que eram servidas pelo nosso Papa, o dono do  Vaticano’ s Bar. Eu, Motta e alguns parceiros aposentados e pensionistas, grudados no futebol, apenas despistávamos pedindo um salgado e um refrigerante, afinal o horário – três da tarde – não era muito propício para uma cerveja ou qualquer outro similar etílico.   A bola ia rolando lá pela Europa e por aqui as comparações eram sempre colocadas à mesa do nosso boteco favorito. Motta, observando atentamente, traçava um paralelo entre aquele time o Flamengo – aquele timaço campeão do mundo – e no outro canto do  Vaticano’ s alguém berrou dizendo: “Este time é a cópia do meu tricolor, a grande máquina do Horta”. Mas como eu e o Solon  éramos maioria  miracemense no reduto, chegamos à seguinte conclusão.   O primeiro tempo da seleção

Obrigado amigos e Miracema

 Tem certos dias, não direi que penso em minha gente, mas tem certos dias em que me vejo pensando na gente de Miracema, aqueles que viveram comigo as alegrias e as tristezas do mundo da bola, da música, dos festivais e dos estudos, isto nunca foi o meu forte, e que marcaram minha vida de uma forma incrivel, fantástica e  extraordináriamente, e que estão guardados em algum lugar deste velho coração feliz e abençoado por Deus.  Eu não queria citar nomes, a falta de alguns deles provocariam lamentações pelos esquecidos, o que não gostaria de ver, mas alguns, como os dois irmãos da vida, Júlio e Gutinho, Júlio é o Barros, filho de Dona Yolanda e Seu Zé Barros, e o Gutinho é o Thiara, o filho de Dona Antônia e Seu Botelho, meus vizinhos e amigos desde sempre, o Thiara nos deixou este ano e o trio, Eu, Júlio e Gutinho, se transforma em dupla e, apesar de não ver o Júlio há um bom tempo, guardo sua amizade, que sei que será eterna, naquele mesmo lugar que citei aqui acima, em um pedaço qualqu