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Mostrando postagens de outubro, 2013

Anônimos ou coadjuvantes?

Nos feriados de final de ano, passados em Miracema, muita conversa e muitas lembranças de um passado não muito distante. Vi alguns amigos e revi conhecidos que há algum tempo eu não tinha sequer notícias, como o Lúcio, ex-garçom do Bar Pracinha, uma das figuras marcantes de uma grande parte de miracemenses. Lúcio foi muito mais do que um simples garçom do Bar Pracinha, era ponto de referência e com um jeito todo especial de atender sua clientela. Qual o frequentador do Pracinha que não tem um causo ou uma passagem interessante para contar sobre o Lúcio? Lúcio,  Stein e o cozinheiro “Soninha” formam, com o Dadinho, o quarteto que deu suporte, por longos anos, ao trio de irmãos Salim (José, Jofre e Nacib) e, com certeza absoluta, eu digo que sem estes quatro os patrões não teriam tanto sucesso no famoso e saudoso Bar Pracinha. A conversa fluía e alguém lembrava da Casa Marcelino, onde o velho Marcelino comandava, com os filhos (João, Altair e Reinaldo) um império formado pelo patriarca d

Amigos de A a Z

Estou prestes a completar sessenta anos, janeiro está chegando e com ele chego as seis décadas ao lado dos amigos e daqueles que me querem bem. São amigos de todos os jeitos, tem amigo distante, tem amigo sumido, alguns que não vejo há mais de quarenta anos, outros que estão ligados a mim apenas pela internet, mas cuja presença física me faz falta. São amigos espalhados por todo este mundo, isto mesmo, tenho amigos em várias partes deste planeta terra e, não como Roberto Carlos, que tem um milhão de amigos. Na lista provisória de convidados, para uma possível festa de arromba, quando cheguei a casa dos mil amigos parei... Pensei... Relutei em continuar. Quem teria cacife para patrocinar uma festa deste porte, com quase dois mil convidados especiais? Olha que na pauta não estavam aqueles amigos distantes, os afastados que citei acima  Para homenagear alguns destes, fiz uma pequena lista, com um representante de cada letra do alfabeto, que gostaria, como presente de aniversário ou d

A primeira exposição ninguém esquece

Se a memória não me pregou uma peça era uma tarde de algum dia de março, no longínquo ano de 1964, que, ao chegarmos ao Estádio Municipal Plínio Bastos de Barros, eu e toda turma do Time do Bitico, recebíamos a notícia: “Hoje não tem treino, o pessoal da prefeitura está começando a arrumar o lugar para uma tal de Exposição Agropecuária”. Fizemos cara de espanto, encostamos na porta do vestiário para acompanhar a movimentação da turma da Prefeitura de Miracema, que ao lado de técnicos, pedreiros e outros mais, examinavam o local e apontavam onde seriam montados os stands, as baias, as barracas para comidas e bebida para a festa que seria realizada em maio, em comemoração ao vigésimo oitavo aniversário da cidade. Chegava o Bitico, dono de nosso time e ex-jogador famoso na cidade, as explicações dos funcionários eram poucas para nos convencer e, de repente, chega ao local a comitiva do Prefeito Jamil Cardoso, com o próprio a frente falando e cumprimentando a todos nós com a educação

Um gol no escuro

Numa destas caminhadas matinais, que passo pelo centro e revejo vários amigos, dou um tempo na Banca do Calçadão para um dedo de prosa com o Orlandinho Santana, dono de um repertório de “causos” de fazer inveja a grandes contistas do esporte. Há dias que ficamos horas e horas em pé, em frente a banca, só podia ser em um local destes a nossa prosa, falando de futebol, do passado, dos filhos e do momento atual do Brasil, aí em todos os sentidos –esportivo e político- e chegamos a conclusão que no nosso tempo era bem melhor. Orlandinho me conta uma história, eu lhe conto outra e paramos para relembrar mais uma dos tempos da Lapa, onde as peladas eram disputadas ao estilo de decisão de mundial e os participantes, muitos ainda entre nós, deixaram pérolas como esta que transcrevo a vocês, vividas –com o Genuíno em destaque- em um dos estádios da baixada campista. Finalíssima de campeonato e o dono da casa, o Tupan, precisava desesperadamente da vitória. O empate daria o título ao arq

Minha terra tem palmeiras...

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Meu mais novo “amigo de infância”, Renato Caveare, me envia um torpedo, via Twitter, que julgo ser um dos mais interessantes deste novo ano que começa agora. “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, sorte sua poeta Gonçalves Dias, aqui, hoje em dia, é “Ai se eu te pego...Ai.. Ai”.  Diria Milton Leite: “Que beleza!” e eu digo, tudo o que penso em apenas uma frase inteligente, criativa e cheia de verdade. Que beleza! Caveare, sua inspiração pode até ter vindo da vizinha, conforme você me explicou em um novo torpedo, mas com certeza, usando a frase da moda, esta inspiração lhe foi passada pelo poeta, Gonçalves Dias, autor da bela “Canção do Exílio”, que um dia serviu de inspiração para este escriba falar de sua saudade da terrinha. Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam não gorjeiam como lá, é o primeiro verso da poesia eterna do eterno poeta, já Michel Teló, o desconhecido que virou sucesso e, em breve, se esconderá de novo, diz a beleza: “Nos

O dia mais feliz da Princesinha

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O ano: 1984. O mês: novembro. O dia 18. O local: Maracanã. O evento: Botafogo x Fluminense. A competição: Campeonato Carioca de Futebol. A transmissão: Rádio Princesinha do Norte. O narrador: Adilson Dutra. O comentarista: Francisco David. Os repórteres: José Luiz da Silva e Welington Ronzê. O operador: Chiquinho Titonelli. A razão: Primeira emissora do noroeste fluminense a transmitir, ao vivo, do Estádio Mário Filho. O responsável: Orlando Mercante da Cunha. Dito isto, minha gente, não precisaria de mais nada para contar, porém, tem sempre um porém, foi o dia mais feliz de todos nós e, para a Rádio Princesinha, um momento inesquecível.  Não vou dizer que a audiência chegou a 100%, seria utopia, mas que aproximou dos 90% eu não tenho medo de dizer. Nossa festa foi total, desde a saída até a chegada, até certo ponto triunfal, e o dia seguinte, juro, foi de celebridade de novela ou de filmes de Hollywood. Não distribuí autógrafos, mas contei a mesma história centenas de vezes

As "ferinhas" do Nézio

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Há algum tempo venho prometendo contar por aqui as belas jornadas das “Ferinhas do Nézio”, meninas maravilhosas e seu fantástico treinador, que fizeram história no basquete do interior fluminense nas décadas de 70 e 80, conquistando todos os títulos possíveis ou em disputa. Marquei com Rosa Rizzo um papo, mas as minhas idas e vindas não batiam com a disponibilidade dela. Tentei conversar com a Diva, irmã da craque Fátima Barros, mas também não consegui agendar um tempo para o bate papo.  Parece até que estas meninas são ocupadas demais ou meu tempo em Miracema é muito curto. Nada disto. Quando por aqui chego, diz o Zé Luiz da Silva, o meu repórter de Categoria, me perco nos papos das esquinas e dos butecos e me esqueço de tudo aquilo que programei. Verdade, e nisto aí o José Souto, o Renato Caveari e o Ademir Tadeu têm culpa no cartório, o bom papo do trio sempre me faz perder a agenda do dia. Já me encontrei com a Sônia, filha do professor Nézio, que também foi craque no es

Adeus meu amigo Nenenzinho

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Na sexta-feira, logo após o treino do Operário, ele vestia sua fantasia surrada, calçava os sapatos velhos, e acertava os apetrechos da “mulinha” junto ao pequeno corpo.  Estava pronto para cinco dias de folia e brincadeiras, que começava naquele momento, dezoito horas de uma sexta-feira, e só terminava por volta das dez da manhã da quarta-feira de cinzas. Este é o Nenenzinho, ponta direita habilidoso, goleador e apesar do tamanho, pelo apelido vocês devem perceber que era mignon e por isto atuava pelas laterais do gramado. Neném era uma figura folclórica, jamais fez mal a alguém e só brincava sozinho, no verdadeiro bloco da solidão.  Sua alegria era a fuga de uma vida sofrida, barbeiro por profissão, não dava conta do trabalho, o vício do álcool o impedia de manusear com cuidado uma tesoura ou uma navalha, mas não o impedia de fazer as duas coisas que mais gostava na vida, a bola e o carnaval, mas já alguns anos sua “mulinha” estilizada já não tinha a mesma alegria de outros c

1969 o ano em que tudo começou

Se 1968, segundo Zuenir Ventura, foi o ano que não terminou, o que dizer de 1969? O ano que não começou? Nada disto, 1969 foi um ano maravilhoso, em que pese os conflitos militares, o AI5 e outras barbáries da Ditadura Militar e do governo Médici.  1969 foi quando tudo começou e tudo floresceu. Foi o ano em que o homem desceu na lua, Pelé marcou o milésimo gol de sua gloriosa carreira, a música tomou conta dos jovens e o grito de paz e amor foi ouvido em todo o planeta terra.  Enquanto a era da computação engatinhava, o conjunto inglês, hoje chamam de banda, Beatles encerrava suas atividades.  Era o adeus Paul, o adeus John, Ringo e George, a última apresentação pública ocorreu no telhado da Apple Records, mas a polícia interrompeu a performance dos quatro cabeludos de Liverpool.   McCartney se casou com Linda enquanto o Led Zeppelin lançava o melhor álbum da história do rock, coincidentemente no mesmo ano em que se realizou o maior festival de rock de todos os tempos, o Woodstoc