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Mostrando postagens de agosto, 2009

PAPO COM UM AMIGO DESCONHECIDO

Certo dia, um daqueles em que a gente não quer conversa e a primeira pergunta a gente evita para cortar o interlocutor logo no inicio, sabe como é né, a gente não está com vontade de falar com ninguém e te aparece logo um daqueles prosaicos companheiros, que pensam que irão levantar o seu astral com mensagens de otimismo. Mas eu falava que um certo dia, tem dias que a gente não se sente bem e quer ficar sozinho em um canto qualquer de um apartamento, de uma casa ou até mesmo de um jardim. E foi em um dias destes que me apareceu um desconhecido, para mim é claro, ele deve ser uma figura tradicional aí na Santa Terrinha. "O senhor é o Adilson Dutra?" Perguntou-me com uma voz trêmula, talvez sabendo que eu não estava prá conversa e abaixava a cabeça no jornal, tentando com a leitura esconder-me do resto do mudo. Custei a responder, mas como não tenho hábito de dar fora ou me sentir importante, respondi que sim. - Posso me sentar ao seu lado? – Claro. Fique a vontade. Respondi. –

DOMINGO DOS PAIS E DE SAUDADE

Na sexta-feira, ao fazer minha caminhada matinal, o vascaíno Antonio Francisco se juntou a mim e abriu a caixa de conversa para reclamar do filho, Francisco Antonio, que trocara o Vasco, seu time desde a infância, pelo Fluminense, no final do Brasileiro do ano passado. - Dutra, eu não agüento mais a cantilena lá em casa, o Chiquinho pensa em voltar a torcer pelo Vasco, já ensaia o retorno vestindo a surrada camisa cruzmaltina nos jogos da Série B, e, de vez em quando o pego xingando Renato Gaúcho e cia ltda. - Bom sinal, Antonio, parece que o rapaz pensou melhor e pretende conquistar novamente o coração do velho pai. - Que nada, ele não agüenta mais é a gozação da turma da faculdade, não tem coragem para vestir a camisa tricolor e fica me pedindo opinião se deve ou não torcer pelo Internacional, time de sua namorada lá da faculdade de direito. - Eu tive este problema em casa, meu caro amigo, mas desde menino o Leandro torcia pelo São Paulo FC e nada tirou de sua cabeça a paixão pelo tr

Saudades de que? O que é saudade?

Eu tenho saudades dos meus tempos de guri, quando corria leve e solto pelas ruas da cidade sem preocupação alguma. Eram tempos felizes, não que hoje não traga comigo a felicidade, mas era diferente. Tenho saudades de um tornozelo torcido, de um queixo doído devido a uma pancada no chão, de um olho roxo – provocado por soco ou cotovelada no campo ginásio ou no Rink - de um pontapé do Brecó ou do Valdir. Lembro-me quando xingava prá cacete quando mordia a língua ou batia com a cabeça numa quina de mesa. Saudade doída esta, não? Hoje tenho saudades das minhas irmãs, que moram longe de mim, tenho saudades da cachoeira do Conde, desta todos têm saudades, tenho saudades de um filho, que trabalha longe, e da filha, que casou e mudou. Saudade do gosto de uma fruta tirada do pé, roubada nos quintais do Seu Lino ou do Seu Pedrinho Soares, era mais gostosa. Do meu pai, que já se foi, de minha mãe, de meu avô e minha avó, que também acompanharam o velho Zebinho. Tenho até saudades de um amigo que