Eu tô Em Miracema e no Cinema, e você?

Falei, dias atrás,  aqui na coluna, que criaram um grupo, creio que foi a Lucinha Faver, no Facebook, que tirou os miracemenses do sério e botou a turma para lembrar que Miracema ainda tem jeito e que um dia foi grande. Muitos acreditam que estamos vivendo do passado, há quem critique a postura da turma que frequenta o grupo Em Miracema ou no cinema, há quem elogia, são 98% dos frequentadores da página, e por isto apoio e dou cobertura aos organizadores e aos seguidores da página. 

Ainda falta um pouco de jeito para a turma, são muitas publicações sem nexo, mas que são bem-vindas justamente que são postadas com coração, na ânsia de mostrar sua saudade ou sua recordação de um bom momento ou de algum amigo ou parente, como diz o poeta, tudo é válido quando é dito com o coração, o que não pode é fazer da página um elemento político, de busca de interesse próprio ou de vantagem pessoal ou coletiva. 

O grupo tem tudo  ver comigo e com meu blog, por isto eu aproveito o espaço para divulgar o Cadeira de Bar, um Papo de Botequim, onde escrevo praticamente as minhas reminiscências e as minhas saudades, que bate justamente com a vontade da turma que frequenta o Miracema ou no cinema.

Por exemplo: Alguém me perguntou se eu lembrava do Buru, claro que mostrei até o que escrevi sobre este cara das faixas e das belas tiradas, e falando em tiradas lembro-me do Chico Anselmo, o Velho Chico, que se assim chamado respondia com o seu solene "a lá...", querem saber do Xixico e sua gaiola, perguntam sobre o Mané Catinga, eu quero saber do meu amigo Carlos Alberto (Cá) o neto de Dona Fiuta, e outros até querem lembrar de quem ainda está vivo, como Fernando Nascimento, que marcou muitos com seu jeito inteligente de ensinar o português. 

Desfilam por padarias, fazem elogios ao Garibaldi Parreira, ao Mário Medeiros e ao Olegário Magalhães, lembram do pão maravilhoso do Olímpio Silva, mais tarde seu filho Leco assumiu a padaria, em frente a Leader, querem saber se eu lembro da Fábrica de Tecidos e os mais antigos lembram até do Manoel Frazão, o homem que comandou a Usina Santa Rosa. 

A diversificação é toral e o grupo está formado de forma heterogênica, não há uma igualdade nem uma unanimidade entre nós, segundo o cronista Nelson Rodrigues "toda unanimidade é burra" e por isto considero o grupo muito inteligente porque ninguém é igual a ninguém nem mesmo no pensamento, aqueles que querem saber do Bar Pracinha não é o mesmo que quer saber da Butique da Lolinha ou do aquele que relembra o Bar do Careca não tem nada a ver com os que recordam a Camisaria/Barbearia Gérson. 

O grupo tem médicos, engenheiros, jornalistas, padeiros, barbeiros, professores, alunos saudosos de mestras queridas, donas de casa e, principalmente, muitos aposentados que procuram no Em Miracema ou no cinema um jeito legal de passar o tempo com satisfação apesar de quando em vez um "mala" aparece por lá para torrar a paciência com ideias políticas ou futuristas, que sinceramente não é o nosso caso lá na página, aliás, e a propósito, o dia que houver maioria destas colocações eu serei o primeiro a pedir o boné e me retirar. 

Que continuemos a nos lembrar do que já teve na cidade sem dor no peito ou lágrimas nos olhos, deixe o choro para recordar os grandes amigos que nos deixaram e não para fazer comparações com o ontem e hoje, eu digo que é covardia pensarmos assim, não há como fazer analogia dos nossos dias de juventude com o atual momento da cidade e de nossas vidas, completamente diferente e o passado é coisa para se guardar, como os grandes amigos, do lado esquerdo do peito. 

Comentários

BebetoMiracema disse…
Como sempre, brilhante em suas colocações meu amigo, você o primeiro e eu um dos segundos.

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