Um papo de saudade, na Kiskina.

Um dia pensei comigo: Acho que o ciclo de causos e histórias do futebol de Miracema chegou ao final, não há mais assunto e não vejo como retomar as conversas sobre o nosso futebol dos anos 60 e 70.  Pensei e comentei com o Alvim e com o Gelti e ambos ficaram de me enviar "motivos" e me contar causos vividos por eles ou conhecidos pela dupla de colaboradores deste Papo de Bola. 

Fui a Miracema no Natal e fiquei por lá na virada do ano. Sabem o que trouxe na bagagem? Nada. Simplesmente nada, nem mesmo meu amigo Monteirinho, outro que sempre alimenta a coluna de boas laudas, fora do futebol, estava por lá. Meu caro Monteiro estava em um Cruzeiro Marítimo, levado pela filha Gisele, curtindo um pouco a sua merecida aposentadoria. 

E meu outro contador de causos, Fernando Nascimento, chegou à mesa onde eu estava ao lado do Duduca Amaral, Scilio Faver ( o filho, claro) e o Ló Leitão, e a conversa só teve um assunto, o Triângulo das Bermudas, que o Scilio diz ser um Quadrilátero da Prefeitura, e o Rei Nasci não me disse uma palavra sobre o nosso mundo futebolístico e sequer contou uma das boas passagens nossas pelas peladas da cidade. 

E, olhe que isto é difícil de acontecer, nem mesmo a presença na mesa, ele chegou depois, do José Luiz da Silva, o nosso Categoria, deu para criar um assunto para encher meu espaço semanal deste Dois Estados e do nosso blog Cadeira de Bar, que anda um pouco sem assunto e deixando a turma na mão, mas é temporário, tenho certeza que o Gelti Rodrigues vai me abastecer de novos assuntos em breve. 

E, lá na Kikina, onde me reuni com meu queridos amigos e antigos vizinhos da Praça Ary Parreiras, pudemos navegar pelo quadrilátero, como disse o Scílio enquanto, ao lado do Paulinho Leitão, esperávamos o resto da turma para o brinde natalino, por ali passavam alguns personagens de nossas infâncias, professores, colegas e até mesmo velhos  camaradas, como o Rubinho Tostes, que nos deu o prazer da companhia à mesa, e vários outros que por ali deixaram o abraço na turma na mesa da esquina da Kiskina. 

E já no meio da prosa, que antecedeu a reunião para o brinde, ficamos um pouco preocupados com o "desfile" da memória pelas ruas do lugar, já não existe a Farmácia do Scilio, não existe a Padaria do Garibaldi, a Loja do Tetinho já cerrou as portas faz tempo, o Pepito e o Caboclo, assim como o Deoclídes, já são saudades já mais de trinta anos, Amaro Leitão já conversa com Deus faz tempo e com ele estão Zé Barros, Virgílio Tostes, Neném Braga, João Ramos, Milton Padilha, Zé da Darquinha e muitos outros pais de amigos nossos relembrados no longo dedo de prosa.

Alguém perguntou se eu ainda me lembrava das peladas lá da rua e das loucas descidas, em carrinho de rolimã, no morro da Rua Santo Antônio. E não só eu lembrava deste fato como todos que estavam ao meu lado, aliás, e a propósito, todos nós vivemos este grande momento mesmo sendo dois ou três anos mais novo do que esta turma a minha participação foi ativa, fui até "franco atirador" da tropa do Ló e o papo não era de saudade e sim de muitas lembranças positivas de um tempo que não é vivido mais pelos moleques dos dias de hoje. 

E olha que sequer falamos do que falta na Rua Direita e nem da Rua das Flores e muito menos da turma da Rua do Café, mas não deixamos de falar das peladas do Rink, do Palmeiras, segundo Scilio e Paulinho o melhor time de futebol de salão da cidade em todos os tempos, no que foi colocado uma interrogação. 

Será que não foi o Flamenguinho, do Miguel Prescura? Será que não foi o Gemini V, da minha turma? Quem viu estes três pode julgar, mas que o Paulinho Leitão foi um dos melhores jogadores deste esporte, que engatinhava naquele tempo, eu tenho certeza absoluta e que o Zé Bolão era um baita goleiro também. 

Mas outra certeza tenho comigo, nesta época de festas natalinas é o melhor momento para uma prosa com velhos amigos, principalmente com os membros das famílias Faver e Leitão, que não falham um Natal e estão sempre se reunindo para comemorar o Aniversário de Jesus Cristo e aproveitam a data para se confraternizarem com amor e muita festa. 

Uma pena que o forte calor, o sol na Kiskina fazia com que a temperatura chegasse a sensação térmica de 50 graus, mas valeu recordar o samba do Rancabaço, né mesmo Rubinho Tostes? 

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