Meu Brasil brasileiro, meu caminho turístico

Viajo nas minhas crônicas como se no local estivesse. Converso com meus amigos, virtuais ou não, nas páginas do Facebook ou aqui nos meus blogs, como se a meu lado estivessem nestas aventuras deliciosas que são as viagens ao redor do Brasil e do mundo. São milhares de fotos observadas, guardadas e tratadas com muito carinho em arquivos especiais para que eu, semanalmente, passe por eles e viaje novamente por cada um dos destinos que passei.

Lembro, como se fosse hoje, a primeira viagem, claro que a primeira ninguém esquece, e foi para um lugar maravilhoso, o sul do país, Gramado, Canela, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e a capital, Porto Alegre, além de dar uma chegada por dois dias em Curitiba. Inesquecível e maravilhosa, na época, 1992, a Soletur ainda estava no auge e nos proporcionou uma grande aventura, um ônibus de luxo e um grupo bem homogêneo, pasmem, fui escolhido o homem mais bonito da delegação, imaginem o restante. 

Conto esta viagem ao Sul como se a primeira fosse, mas um grande turístico foi vivido em 1981, passeio oferecido pelo tios Frederico e Yone, que nos ofereceram uma estadia por 30 dias em Cuiabá, com direito a visita ao Pantanal, ao Rio Quente, a Chapada dos Guimarães e outras aventuras maravilhosas ao lado dos primos cuiabanos e paduanos.

Aliás, e a propósito, preciso encontrar estas fotos para resgatar estes momentos maravilhosos vividos naquele cartão postal do Brasil, onde voltei dois ou três anos depois mas com menos tempo e com um programa completamente diferete do realizado em 1981, mas mesmo assim valeu a pena, afinal não é todo mundo que pode comemorar seu aniversário ouvindo uma guarânia ao som de um conjunto especialmente contratado pelos amigos, né mesmo?

O futebol, através do rádio campista, me proporcionou outras boas viagens, mas o turismo aqui foi esquecido, porém, tem sempre um porém, quem nasceu paraser andarilho andarilho será eternamente e por estes cantos e campos que passei sempre sobrou um tempinho para uma foto ou para   um passeio rápido pelas cidades de Minas Gerais, São Paulo, praticamente todas as cidades do nosso interior fluminense e outros estados por onde Americano, Goytacaz e Rio Branco jogavam. 

Cada viagem uma história, cada cidade um causo ou uma novidade gostosa, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Pernambuco, nosso nordeste espetacular, suas praias, sua comida, sua gente decente e hospitaleira, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, culturas diferentes e estilo europeu, praias e montanhas do Espírito Santo, os capixabas se orgulham deste território bonito e calorento e nós, turistas fissurados, vivemos no ir e vir das praias deste estado vizinho e aconchegante. 

Trabalhar na pista do Estádio Alair Correia, em Cabo Frio, no verão, é sofrer com o calor de rachar, mas curtir as praias e o mar de água gelada daquela região faz um bem danado, né mesmo? Imagine você, de calça, tênis, camisa de gola em pleno sol de 40 graus? Imagine agora este mesmo cenário com você de sunga, sem camisa, um boné e uma cerveja gelada na mão? Gostou, né mesmo?

Esta semana me disseram que o Estado do Rio tem aproximadamente noventa cidades, só com nome de santo deve haver uma dezena ou mais, e, quando eu estudava, haviam apenas 42 municípios, hoje, só com a letra S tem mais de vinte e por ai eu ando sempre e conheço 80% destes municípios e muitos graças ao futebol e ao rádio campista. 

Conservatória, Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis e a Região dos Lagos, incluindo aí as praias da região, são os pontos turísticos mais visitados do Rio de Janeiro e por aí andei cantando, sentindo frio, tomando um bom vinho e degustando um ótimo queijo e curtindo o sol nosso de cada dia. 

Oh! Minas Gerais, quem te conhece não esquece jamais, não é assim que cantava o presidente Juscelino? Verdade, que maravilha é um passeio pela região do ouro, onde praticamente começou o Brasil, Ouro Preto, Tiradentes, São João Del Rey, Mariana e da Congonhas, que beleza são as obras de Aleijadinho, que bonito é saber que por lá se cultiva a tradição e o turista volta sempre pensando na próxima viagem pela região.

São Paulo e sua exuberante economia, Ribeirão Preto com seu chope tradicional, uma chegada até lá tem que ter uma visita ao Pinguim para sorver o que dizem ser a melhor cerveja do Brasil. Franca e sua moda couro, Sertãozinho e seu hoquei sobre patins.

Araraquara e seu belo estádio da Fonte Luminosa, Campinas do Brinco da Princesa e do Moisés Lucareli, dois estádios quase centenários e que marcam a vida de um repórter esportivo, Limeira e seu basquete e a lembrança de um título paulista da primeira divisão, Itu e sua grandeza e sua Schincariol, eita São Paulo bom de viajar, estradas novas e bem conservadas, mas com um pedágio bem salgado. 

Bahia de todos os deuses, da Catuense e da rivalidade que surgiu entre este time e os times campistas, Bahia de Castro Alves, da Praia de Itapuã, do Elevador Lacerda e dos amigos miracemenses que por lá fincaram raízes, certo Jaime Barreiro e Chiquinho de Assis?

Brasília foi a última capital brasileira que visitei, relutava ir até a Capital Federal, mas um dia ouvi de um amigo, no Armazém do Lenílson: "Você conhece o mundo e não conhece a nossa capital? Isto é uma vergonha", então aceitei o convite do amigo José Luis da Silva por lá fiquei cinco ou seis dias, e, com certeza, gostei muito do que vi, principalmente da boa companhia da família Silva. 

Meu Noroeste Fluminense, que conheço na totalidade, foi meu berço por longos trinta e cinco anos e em cada uma das cidades que formam a região eu tenho um pedacinho de história para contar e muitas lembranças guardadas em meu chipp de memória. 

Foi por ali que tudo começou e por ali que comecei a gostar de ser um andarilho, foi por ali que passei as primeiras férias, na minha querida Laje do Muriaé, foi por ali que me casei, em Santo Antônio de Pádua, foi por ali que girei jogando futebol e transmitindo jogos da Copa Noroeste de Futebol pela nossa Princesinha do Norte. 
Eita Brasil bonito e hospitaleiro, por aí ando e por aí andarei enquanto vida eu tiver. 

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