Anônimos ou coadjuvantes?

Nos feriados de final de ano, passados em Miracema, muita conversa e muitas lembranças de um passado não muito distante. Vi alguns amigos e revi conhecidos que há algum tempo eu não tinha sequer notícias, como o Lúcio, ex-garçom do Bar Pracinha, uma das figuras marcantes de uma grande parte de miracemenses.

Lúcio foi muito mais do que um simples garçom do Bar Pracinha, era ponto de referência e com um jeito todo especial de atender sua clientela. Qual o frequentador do Pracinha que não tem um causo ou uma passagem interessante para contar sobre o Lúcio?

Lúcio,  Stein e o cozinheiro “Soninha” formam, com o Dadinho, o quarteto que deu suporte, por longos anos, ao trio de irmãos Salim (José, Jofre e Nacib) e, com certeza absoluta, eu digo que sem estes quatro os patrões não teriam tanto sucesso no famoso e saudoso Bar Pracinha.

A conversa fluía e alguém lembrava da Casa Marcelino, onde o velho Marcelino comandava, com os filhos (João, Altair e Reinaldo) um império formado pelo patriarca da família. 

O suporte da família Tostes vinha do trabalho do Bute, do Seu Nenzinho, do Batista, estes no armazém, do Maurício Malagris, do Ruy, do Paulinho, Ivany, Tãozinho, na loja e no apoio o Seu Egídio, que era um braço forte a serviço dos Tostes, e do Valeiro, com seu transporte alternativo entregando os produtos das vendas diárias.

Será que andaria nos trilhos do sucesso a empresa dos Tostes sem estes homens e muitos outros? Difícil de dizer, mas quando estes se aposentaram ou trocaram este mundo por outro, ficou complicado substituí-os.

As grandes firmas da cidade às vezes não são identificadas por seus fundadores ou proprietários, como por exemplo as Lojas Leader, que por algum tempo era sinônimo de Alceu, a Loja do Jofre, pelo Seu Alfredo.

Se a gente andar por aí encontraremos muitos anônimos ou amigos meus, que se formaram trabalhando em farmácias, como o Adilson Saraquino, lá na Farmácia do Scilio Faver, o Nini, na Farmácia do Josias, ou Raul, na Farmácia do Scilio com outra administração (Jairo Leal e Carlos Ivan).

Naquele trecho, que eu chamo de “Triangulo das Bermudas” dá para aumentar este grupo com o Paulo, da Padaria Garibaldi, o Físíco, da Oficina do Washington, o Roberto, do Expresso, que depois se transformou em um de seus proprietários.

Neste mesmo trecho três  personagens de minha infância, que poderiam ser citados pelo Erasmo Tostes, fizeram história por ali sem ganhar notoriedade, mas estão cravados em minha memória como muitos outros. 

Tetinho, Pepito e Deoclides, o primeiro bem conhecido no pedaço, comerciante bem sucedido e alvinegro de coração, o segundo um alfaiate talentoso e que se foi muito cedo, e o terceiro um sapateiro vascaíno e cheio de marra para contar uma história ou um causo. Três grandes amigos de minha infância passaram ali no “Triangulo das Bermudas”.

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