A lista das meninas

Algumas amigas me ligam, me enviam e-mails ou reclamam, ao vivo, de uma possível citação, no mesmo estilo que fiz “Amigos de A a Z”, publicada recentemente no Papo de Botequim, o livro nosso de cada dia na Internet. Algumas tiveram respostas, mas outras não foi preciso, parecia que estas meninas já sabiam que seria difícil nominar aqui como fiz com os rapazes.

“O grande problema é o ciúme dos maridos“, me diz uma destas amigas, e isto me traz a lembrança um fato desagradável, ocorrido na década de 90, em um desfile de 3 de maio aí na terrinha. Veja que saia justa me colocaram.

Olho para os lados e vejo alguém me chamando:

- Dity olha prá cá!

Olhei e não vi ninguém conhecido, já fazia dez anos que estava fora e parecia estar no meio de estranhos naquele desfile cívico-escolar. Porém, tem sempre um porém, visualizei, na outra calçada, uma velha amiga não mais residente na cidade, e, que não via há cerca de quinze anos. Atravessei e de braços abertos gritei:

- Fulana (perdão, não vou citar nome) que saudade, venha cá me dá um abraço.
- O senhor deve estar enganado, não o conheço, desculpe.

Saí dali um pouco chateado, juro que até cheguei as lágrimas, e fui ao bar do Nego tomar uma gelada para descontrair. E sabe por quem cruzo nas proximidades do antigo BANERJ? A própria, agora longe do maridão. Agarrou-me, no bom sentido, me abraçou com saudade e me tascou um beijo, no rosto é claro, dizendo que estava morrendo de vergonha e de saudade.

- Dity, me perdoe, fui eu quem te gritou, mas o danado do marido chegou na hora e ele tem horror de vir a Miracema e tem ciúme de todos vocês.

Claro que perdoei a velha amiga, mas que doeu um punhado doeu, mas ficou prá trás e não guardei mágoas, muito pelo contrário, fiquei feliz por ela ter me esperado para justificar-se.

Assim as meninas que poderiam se chamar Aparecida, Beatriz, Carolina, Diva, Eliane, Fátima, Gecilene, Helena, Iara, Jussara, Kátia, Lúcia, Marista, Nádia, Orlanda, Paula, Regina, Silvia, Teresa, Úrsula, Vitória, Zeni, terão que esperar um pouco mais para que minhas memórias possam ser reveladas e assim poder contar um pouco de minha amizade, nada mais do que isto, e nossas histórias.

Talvez eu possa contar o abraço trocado com a Cida, a filha do amigo Tetinho, na Barraca do Bode, quando nos reencontramos após longos e longos anos. Não nos vinham palavras para revelar o quanto estávamos felizes, mas nossos olhares, molhados com lágrimas, mostravam a todos ao lado, inclusive a sua filha mais velha e a nossa amiga Samira, o quanto ainda é grande a amizade conquistada durante longos anos nas ruas, nas escolas e nos salões dos grêmios estudantis.

Sei que posso contar aqui à saudade que tenho de todas elas, amigas de verdade, como a Fafá, a Giovanina e a Giotania, todas Mercante e com grandes recordações para ser contada em um livro a parte. Posso dizer que a Diva foi uma das grandes companheiras do futebol e do tempo em que nosso conjunto abrilhantava os bailes do Esportivo. Diva era a primeira da fila tanto nas arquibancadas quanto à beira do palco. E minha primeira “esposa”? Olá, Marista, quanta saudade, e é bom lembrar para esta turma que foi no “casamento caipira” lá no Clarinda Damasceno.

Falar sobre a Lúcia, hoje também Mercante, da Kátia ou da Carolina é bem mais complicado, elas ouviam minhas confidências e sabem muito mais do que qualquer um de vocês sabem sobre mim, não é mesmo Gecilene? Estas meninas valem ouro e gostaria de poder falar, de contar “causos’ e casos sem maldade ou envolvimento, afinal todas aqui citadas foram e continuam sendo amigas saudosas de quem guardo neste peito, hoje cortado, um sentimento mais profundo deste planeta: AMIZADE.

Prá encerrar em alto estilo: Estas meninas do tópico final têm um lugar cativo aqui na memória e no coração deste escriba, um carinho especial para a Zezé Parreira, Gracinha Braga e Catarina Ramos, da Jane, que viveram um capítulo muito especial nestes sessenta anos, afinal as quatro eram como verdadeiras irmãs e este capítulo só poderia encerrar como as grandes novelas, com um grande beijo e com muitas lágrimas.

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