A mesma praça, o mesmo sonho, a mesma saudade

Este negócio de conversar ou trocar mensagens pelo face book é um treco viciante e gostoso, principalmente quando encontramos pessoas quem comungam contigo sobre os temas comum a todos nós, tipo lembranças de infância, juventude, bailes, futebol e, principalmente, da nossa terrinha amada e idolatrada por nós. 

Ontem, olhando uma foto postada pelo Reginaldo Constâncio, focando a antiga Praça Dona Ermelinda, com as árvores anãs, o coreto e, lá no alto, imponente e bonita, a Igreja de Santo Antônio e seus morros e sua antiga escadaria, que um dia um arquiteto resolveu cortar e fazer uma moderna e muito sem graça (vejam a foto ali em cima). 

Aí, meu caro amigo, não há quem resista e não há aquele que não sinta uma dor no peito e uma lágrima cair. Claro, tem gente que não sente nada e ainda dá gargalhadas de quem, com um pouco mais de alma e coração, diz que sente saudades deste ou de outro lugar onde brotam recordações dos momentos marcantes vividos por ali.

Vocês já me conhecem e sabem o como sou saudoso, não saudosista por favor, das minha Miracema e dos meus lugares preferidos. Aqui, nesta Praça Ermelinda, já disse ao Reginaldo Constâncio, eu joguei minhas peladas, com meus amigos Júlio e Gutinho.

No coreto toquei na Banda Sete, ali naquele velho coreto, hoje reformado, obrigado prefeito Carlos Roberto, desci pelas escadas brincando de pique e, tem mais, desci os morros do entorno da Matriz nas cascas de palmeiras caídas e espalhadas no chão do jardim. 

Ah! Bons tempos sem compromissos e com liberdade de ir e vir, obrigado Zebinho Dutra, tempo em que a vida passava devagar, os amigos eram leais, e os são até hoje, as namoradas não existiam nem mesmo em pensamento, e o que nos aguardava estava tudo ali, naquele pedaço de chão da cidade de Miracema, onde tudo acontecia para nós, moradores da Praça Ari Parreiras e imediações. 

A Igreja de Santo Antônio está em reforma e quem sabe não teríamos uma chance de ter de volta aquela escadaria maravilhosa, que hoje, andando pelo mundo, principalmente pela Europa, a gente vê em grandes cidades e em igrejas que já comemoram alguns séculos de existência? Sonho impossível, eu sei, mas o coreto também era apenas uma ilusão e foi repaginado pelo Carlos Roberto.

Pensando bem e olhando atentamente para a foto, enviada pelo Reginaldo Constâncio, até o céu era mais bonito, mais iluminado, embora em preto e branco, a foto nos remete a um lugar sagrado para os garotos do meu tempo e, em a poluição de hoje, dava para ver as estrelas e procurar o Cruzeiro do Sul no espaço celeste. 

Se eu já chorei olhando a foto? Nem pergunte, e sei que você agora, ao ler este depoimento/texto, vai também recordar de muitos momentos vividos por ali, no meu reduto infantil/juvenil, e, tenho certeza, também foi teu um dia. 

Comentários

É amigo Adilson, chore, chore mesmo...chore da saudade dos velhos tempos, pois o choro é uma válvula de escape para que nosso organismo não expluda.
Valeu garoto.

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