Cântico, lembranças e folia



Subi a colina tirei treis gáio segura mineiro senão eu caio.. Eu caio... Eu caio.... E você, daí do outro lado já deve ter visto, ouvido ou cantado pelas ruas de Miracema os versos desta canção do “Mineiro Pau” folclore miracemense difundido e imortalizado pelo Benedito Siqueira, um dos amigos da cultura folclórica da cidade.


Ontem, ao passar pelo entorno do cemitério, ali próximo a subida do morro que nos leva ao campo de aviação, calvário, Ferradurão e o antigo “buraco da égua”, não pude deixar de recordar os encontros de jongo, nas calçadas da prefeitura, bem pertinho do Bar do Vicente Dutra, ou imaginar como seria nossos carnavais de rua sem os boi pintadinho, mulinha correndo de canto a canto da rua ou os cânticos alegres da rapaziada. 


Imaginei e senti a necessidade de fazer como o bom amigo Carlos Augusto Macedo, fã e apaixonado pela Folia de Reis, e começar a programar, para o próximo início de ano, passar mais dias na cidade e acompanhar as folias de casa em casa cantando com eles um refrão que não me sai da memória: “Abre a porta e a janela e vem ver foliões a cantar”, lembrando até a bela canção de Moraes Moreira, “Preta pretinha”, cujo refrão se assemelha ou até mesmo retirado das folias nordestinas.


Discuto, no bom sentido é claro, com amigos da terrinha, principalmente o Zé Maria de Aquino, mais antigo e que vivenciou muito mais do que eu neste quesito, sobre a possibilidade de um encontro da turma por aí neste período.


Na semana que passou, ali no BDF, do meu amigo Sebastião, que agora é um dos points mais badalados se Miracema, que é preciso fazer uma festa de reencontro ou então dar foca ao grupo, recém formado, das Meninas e Amigos de Miracema, para que a festa deles seja acrescida da ideia de reencontro maior. 


Passei a manhã de sexta-feira com uma máquina fotográfica a tiracolo buscando imagens diferentes daquelas que todos nós, da era digital, temos em nossos computadores, laptops ou pen drive. Se encontrei? Claro que sim. Fiz algumas fotos do famoso pé de jambo, do Jardim de Miracema, que no meu tempo era vigiado severamente pelos guardiões do lugar, liderados pelo Cabo Atleta. 


Fiz fotos das árvores recentes e das palmeiras replantadas, que substituíram aquelas centenárias que sentiram o peso da idade. Até gostaria de fazer um desafio para vocês, publicar a foto aqui no blog e chamar o conterrâneo para identificar o lugar, porém, tem sempre um porém, tá muito fácil e a turma vai “matar” de primeira e não terá graça nenhuma.


Quero desafio diferente: Leia, ali acima, o refrão do Mineiro Pau e bote sua mente para funcionar e a procurar no chip da memória outros cânticos de folia de reis ou do boi pintadinho de Miracema. Tá feito a aposta, vale uma mariola, que não será com o pão da Padaria do Garibaldi, afinal o tempo passou e dele só ficou a saudade.

Comentários

Claudia Estrella disse…
Eu lembrei:
Pisei na pedra
A pedra "balanceo"
O mundo "tava" torto
A princesa "indireito"
Acho que era de um mineiro pau
no dia da Abolição.
Serve?
Claudia Estrella disse…
É tão difícil pra mim postar.
Eu apanho e nunca sei o que de fato fiz.

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