CLUBES DO RIO CANTAM GONZAGUINHA

Torcidas unidas, jamais serão vencidas... Que beleza! Diga, meu amigo torcedor, minha amiga torcedora, qual é a frase mais usada neste final de ano esportivo?

Eu fico com “começar de novo”. Bem, e aí eu passo em revista a obra do saudoso Gonzaguinha e vejo que o moço tinha suas razões, mesmo não falando explicitamente em futebol a gente sente, que em alguns versos, a prosa serve para os sofredores de 2010.

“A fé no que virá e a alegria de poder olhar prá trás...”, é mais ou menos assim que a turma do Flamengo cantará na virada do ano. Fé no amanhã e o ontem como exemplo e, caso dê certo, lá pelo meio do ano poderá repetir e de novo cantará Gonzaguinha em “Começaria tudo outra vez”, e dirá: “E então eu cantaria a noite inteira como já cantei, e cantarei, as coisas que já tive, tenho, eu um dia terei”.

Para os vascaínos, que não sabem o que é um título há algum tempo, os mais apaixonados me dirão: “Há um titulo da Série B no currículo, em 2009”. Se for a “vera” vou entender porque o Fluminense só agora colocou aquele da Terceira Divisão no seu cardápio de conquistas. Depois de gritar “é campeão” na elite vale a pena recordar o sofrido título de 1999.

“Chega de tentar dissimular e disfarçar e esconder o que não mais para ocultar”, canta Gonzaguinha em “não dá mais prá segurar”, e o “Grito de Alerta” vem da torcida vascaína, em coro, para Roberto Dinamite. A hora é essa, presidente, não dá mesmo para segurar mais as pontas. Eu vai ou desce do bonde para que outro assuma o controle e bonde de São Januário nos trilhos.

Lá no Botafogo Joel Santana não sabe se fica e pode estar dizendo assim: “São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo, arrasando aos poucos...”. Seria o caso Jobson que está botando o Natalino nervoso? Ou seriam vários convites para deixar o Engenhão e buscar um novo rumo na carreira? E o presidente alvinegro dirá: “Nosso caso é uma porta entreaberta e eu busquei a palavra mais certa...” ou seja, fica conosco Joel.

E os tricolores se esbaldam nos bares da vida: “Viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eteno aprendiz...”. Dá-lhe Fluminense FC o clube tantas vezes campeão.

O menino Cássio, meu personagem nas histórias do Papo de Botequim, canta feliz a vitória do seu tricolor. “É a primeira vez e a primeira vez a gente nunca esquece”. E ao ver o menino, hoje um homem feito, casado e querendo um herdeiro tricolor, cantando Gonzaguinha eu entendo tudo o que passa na cabeça destes jovens torcedores.

“Guerreiros são pessoas, são fortes, são frágeis, guerreiro são meninos por dentro do peito...” parece até que este grito não vem do gogó afinado do Gonzaguinha e sim das arquibancadas iluminadas do Maracanã ou Engenhão, onde a festa do Fluminense sempre é colorida de verde, grená e branco.

E, no Estadual todos estarão soltando o “Grito de Alerta”, estarão com o peito “Sangrando” e um “Ponto de Interrogação” estará no ar a espera do “Começaria Tudo Outra Vez”.

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