POLÍTICA NÃO É O MEU FORTE, MAS...

Ando meio afastado da minha cidade, não me perguntem o motivo porque não há motivo para isto, é apenas falta de tempo e falta de tempo para um aposentado é coisa rara e pode servir de desculpas para algo inconcebível com este de não ir a terrinha há quase três meses.

Por estar afastado e não estar ouvindo as dicas dos conterrâneos para as minhas crônicas aqui no Dois Estados, os assuntos ficam escassos e entro de sola nos meus arquivos em busca de algo agradável para contar para os amigos leitores das páginas do nosso jornal.

Falar de futebol e contar histórias já me parece bem batido, o repertório está no final e guardo algumas para o livro que vem por aí. Política é um prato cheio para quem adora o assunto, eu, pelo contrário, não sou chegado e fico de longe apenas observando e aplaudindo, como faço agora assistindo a chegada de um novo líder, Juedir Orsay, que com quase oito mil votos na cidade, nas últimas eleições, e se posta como grande nome da política local.

Há de se respeitar tal façanha, a cidade precisa de cabeças e pensamentos novos e já faz algum tempo que não surge tal liderança mais jovem. Podem até não concordar comigo, sei que oito mil votos correspondem a metade dos votos apurados, mas metade dos votos é muita coisa para quem está há pouco tempo no ramo. Ou estou enganado?

Mas eu dizia que não gosto de política e que me negócio é bola, seja ela do tamanho que for e de que esporte for, e cá me vejo falando sobre o assunto indesejado, mas foi só uma recaída para aplaudir um amigo de longa data e abraçar, aqui do espaço, esta nova cabeça pensante da cidade, daqui prá frente eu volto ao meu assunto preferido e estamos conversados.

Gosto de chegar na cidade quando o Dois Estados vai para as bancas e para as ruas, levado sempre pelas mãos de Nelson Barros e Maurício Monteiro, dois apaixonados pelo jornal e pelo jornalismo e que são responsáveis por tudo que vocês lêem por aqui, juntamente com o Laélson, que também é Barros. E sabe porque eu gosto de chegar junto? Para ouvir novos causos, novas ideias para a coluna e assim não ter que falar de coisas que eu não conheço e que não aprecio.

Ouço sempre as retretas da Banda Sete no jardim, mas gostaria de ver novamente a turma do Clube do Choro (seria este o nome?) que um dia me emocionou com um recital maravilhoso. Tomara que não tenha se desfeito e estou esperando o convite do Jadinho Alvim para ouvir esta turma de músicos maravilhosos e assim ter mais um assunto do meu ramo para nossos próximos encontros aqui no espaço.

A turma da bola não me manda notícias do que acontece nos dias de hoje. O Jorge Oneide não me liga mais contando as vitórias de seu time, o Brecoco e o Luis não me falam das promoções ou dos eventos organizados pela Liga Desportiva de Miracema e assim eu fico órfão do meu “filho” mais querido, o futebol da terrinha. Que tal voltar a me alimentar com as notícias do futebol miracemense?

Sabe por que eu cobro? Para não repetir por aqui as colunas que publico em Campos ou Cachoeiro do Itapemirim, onde o futebol brasileiro é o destaque e as histórias são bem diferentes daquelas que conto por aqui. No Dois Estados os personagens principais são nossos conhecidos e velhos amigos de muitos anos, como o Rubinho Camelo, um dos mais perfeitos goleiros que conheci, o Thiara, ponta veloz e amigo de infância, adolescência, juventude e agora na terceira idade.

São histórias como as de Nenenzinho, meu saudoso amigo e barbeiro, carnavalesco e contador de causos como poucos; do Bizuca, que há alguns anos não vejo e que tenho saudades do seu tempo de goleiro e de técnico do nosso Vasquinho. Do Jaci, do Edson, do Maninho, estes infelizmente não estão conosco, mas são fontes seguras de belas histórias.

Estarei por aí em breve e com o gravador na bagagem para ouvir novas histórias e novos causos, mesmo que sejam daqueles incríveis e inacreditáveis jogos ou lances que até Deus duvida, como os gols de Jucão naquela virada do Miracema FC ou dos causos do Jair Polaca, um de meus personagens mais queridos. Combinado?

Comentários

TADEU MIRACEMA disse…
Adilson, serei curto e grosso. Comparando com um passado não tão distante, onde eu tive a oportunidade de jogar no Vasquinho do Sabino (onde fiquei por mais tempo), Bandeirante e Associção, o futebol de Miracema acabou.
Adilson Dutra disse…
Então, meu caro Tadeu, esta outra crônica, aí acima, vai dar saudade em muita gente.

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