TRINTA ANOS DE RADIALISMO ESPORTIVO

Este ano comemoramos vinte e oito anos da Rádio Princesinha, lá da terrinha, e este aniversário me faz lembrar alguns bons momentos vividos na latinha da minha “afilhada” e dá vontade de contar uma longa história sobre tudo o que vivemos naquele estúdio ou nas externas realizadas com esforço e muita garra por toda equipe de esportes da emissora.

Vivenciamos alguns eventos sensacionais, a começar pela pioneira transmissão do vôlei, na quadra do Clube XV, do futebol no Estádio Irmãos Moreira, sobre a laje do vestiário, dos jogos do Campeonato Municipal e da Copa Noroeste, realização da equipe de esportes e apoio da Liga Desportiva de Miracema, leia-se Alcir Fernandes de Oliveira, o Maninho.

Transmissões que marcaram todo um período de vitórias ainda estão na memória. Fizemos jogos em todo noroeste do estado e fomos pioneiros em transmissões de Natividade, São José de Ubá, Itaocara e outros municípios da região, que captavam o som da Princesinha e acompanhavam todo o noticiário esportivo dos clubes regionais.

Uma equipe de porte e com categoria para qualquer uma das grandes rádios brasileiras. Dois ótimos comentaristas, Francisco David e Fernando Nascimento, um excelente repórter, José Luis da Silva, que ao lado de Wellington Ronzê formou uma dupla de “trepidantes” que, no meu ponto de vista, não ficava devendo nada a qualquer uma das que encontramos por estes longos trinta anos de radialismo esportivo.

Uma curiosidade: Um dia recebemos, na cidade, a visita de Luis Mendes, veterano comentarista global, que gostou do que ouviu na Princesinha e, para a surpresa deste escriba, dias depois o estilo do Bola em Jogo, nosso programa descontraído e comentado, que ia ao ar às seis da tarde, era inserido no Panorama Esportivo da Globo, sob o comando do Gilson Ricardo.

Coincidência? Não. Apenas uma inovação lançada por nós e que foi clonada pela poderosa emissora brasileira, e digo com o peito aberto e o coração cheio de amor prá dar, que fiquei feliz prá caramba. Ver um projeto nosso, meu, do Chico e do Zé Luis, servir de exemplo para Rádio Globo/Rio, é algo que explode qualquer ego. Certo?

Fizemos transmissões históricas, como a do clássico carioca entre Botafogo e Fluminense, no Maracanã, e fomos a primeira emissora do interior, fora do eixo Volta Redonda/Campos/Friburgo, a pedir credenciamento para transmissão no Estádio Mario Filho.

Segundo os que estavam em Miracema, no domingo do clássico, tivemos cerca de 90% de audiência na cidade e, na segunda-feira, quando regressamos ao nosso dia a dia na terrinha, sentimos a repercussão do fato e nos tornamos, naquela semana, celebridades na cidade.

Alguns jogos marcaram como a decisão da II Copa Noroeste, em São José de Ubá, quando o Grêmio venceu o Natividade e ficou com o título. Naquele jogo um fato curioso aconteceu e serviu para definir o jogo. Um lance rápido, na área do NAC, um jogador do Grêmio foi derrubado e lá da cabine eu, que narrava o jogo, percebi e gritei pênalti, logo confirmado pelo Zé Luiz, no gramado.

Um torcedor, com o rádio de pilha com volume máximo, e na linha lateral o bandeira, Celso Tadeu da Encarnação, percebeu que houve o pênalti e assinalou. O árbitro, Reinaldo Ribas, confirmou a marcação do auxiliar, mandou prá cal e o Grêmio abriu o placar.

Chuva, frio, brigas, confusões e muitas lembranças, que se contadas por aqui daria para encher todas as páginas do jornal, mas prometo colocar estas memórias em destaque em outras edições do nosso Dois Estados.

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