O dia que perdi meu rádio/fone no Arisão

O ano, consegui agora a pouco através do Ademir Tadeu, era 1987 e os personagens, além da Fiel Torcida Alvianil e a Turma do Alambrado, liderada pelo meu saudoso amigo Bebeto Alvim, o Passarinho, com a ajuda luxuosa do Vórcio e do Fernando Bimbinha, e nome importante dos fatos é o de Arthur Monteiro, meu cunhado, Arthur, que  me visitava neste dia, 14 de fevereiro, para ver seu Glorioso Botafogo enfrentar o Goytacaz FC, no Arisão. 

Na véspera fomos ao Godofredo Cruz, Arthur adentrou o gramado para ver as estrelas do Vasco da Gama, com Célio, ainda sem o Silva, na zaga ao lado de Donato, e a vitória do Americano, 2x1, com gols de Gilmar e a torcida do meu cabo man, isto mesmo, Arthur entrou em campo, com o uniforme da Campos Difusora, para ser meu auxiliar no gramado e viu o jogo de um lugar privilegiado. 

E no domingo, logo pela manhã, resolvemos sair para ver a cidade e encontramos, nas imediações do Arisão, com Bebeto e sua turma, já devidamente paramentados para o jogo da tarde, naquele tempo já começava às quatro da tarde, e dali fomos ao Pálace Hotel, na Avenida XV de Novembro, na orla do Paraíba, para que ele, meu cunhado, único da época, conhecer alguns jogadores do Botafogo e conversar com eles no saguão. 

Naquele tempo não havia celular e não teve Selfie, mas grande papo com Fernando Macaé e Berg, os queridinhos daquele elenco alvinegro, que era bem fraco, pelo menos era o que reclamava meu amigo, o treinador Joel, não o Santana, mas o Martins, antigo lateral do Glorioso. Arthur ficou feliz e durante o almoço, na concentração e pago pelo Emil Pinheiro,  senti o nervosismo dele, já pensou se ele visitasse minha casa um pouco mais? Poderia ter vistos grandes craques, mas como veio uma vez apenas teve que se contentar com Mário Mimi, Isac, Derval ou Brasília, que não me lembro sequer tê-los visto jogar. 

Mas o que Ademir Tadeu me lembra e eu quero contar foi o durante o jogo, acontecido no Bar do Arisão, quando Arthur foi envolvido, sem querer, em uma tremenda confusão, briga iniciada pelo famoso torcedor, gente boa, Russão, chefe de uma organizada do Botafogo, os mais antigos se lembram dele, e que se arrastou pelo alambrado e findou no bar. 

Meu querido cunhado estreava um rádio, que Sérgio Sales, meu gerente no Banerj, trouxe dos Estados Unidos de presente para mim, era um sonho de todos os radialistas, um rádio que era também fone de ouvido e não precisávamos de dois aparelhos para trabalhar, só aquele fone/rádio no ouvido e estávamos pronto para as entrevistas e para informações dos bastidores. 

E, para encurtar a história e não tomar o espaço todo da coluna, na tal confusão, para proteger o Bebeto, Arthur entrou a frente de um torcedor do Botafogo e... pimba, levou uma porrada no ouvido e meu rádio, novinho em folha, virou saudade e sequer foi usado nas transmissões, quebrou em três partes e não deu para aproveitar nada do aparelho americano. 

Ele ficou sem graça, quis pagar e eu falei: Não sei nem quanto vale e nem onde encontrar, quando você for o dono da Chevrolet me dá um igual. E, como ele continua gerente e não é o dono, até hoje ele paga as despesas no João Righ para compensar a grande perda daquele dia. 

Comentários

TADEU MIRACEMA disse…
Mais um causo histórico. rsss
Hahaha! Boa história, embora não tenha gostado daquela expressão referente ao meu Glorioso: "Bem fraquinho".
Adilson Dutra disse…
O time era bem fraquinho mesmo, o melhor era o Berg e a estrela o presidente Emil Pinheiro. Rsss

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