Memórias e lembranças
Sempre penso em escrever minhas memórias, quando começo a colocar no papel, ops, no computador, me deu a sensação de arrogância danada. Pensei: Quem sou eu para escrever memórias? O que eu tenho para contar para os desconhecidos?
Para os amigos até que vale a pena ir contando por aqui no blog, que é pessoal, onde posso escrever o que penso, afinal o espaço é meu e coloco o que quiser, se a turma estiver interessada em ler, tudo bem, caso contrário passem batidos e não dem bola para o que conto por lá ou por aqui.
Bicudo, meu velho companheiro campista, fiel a este colunista desde 1985, quando aqui cheguei, me desmentia e dizia que tenho muita coisa pra contar. Será mesmo? Creio que falar de viagens não é uma boa, mostra um lado legal, porém... tem sempre um porém, muitos pensarão como eu, ficar falando na primeira pessoa pode mostrar um lado que não sou, arrogante e convencido.
- Fale de sua história no mundo da bola, muitos sabem mas é legal contar suas aventuras no rádio e no jornal, quem sabe você mostra, para seguidores jovens, exemplos de vida? Dizia ele, Bicudo, querendo que eu contasse as boas passagens com craques do microfone e da bola.
Que nada, este negócio de memórias é igual aquele meu pensamento sobre ser acadêmico ou imortal, não passa na minha cabeça ser membro de uma academia de letras, há algum tempo alguém ventilava e até me perguntava se tenho livro publicado, como disse que não sou escritor, não tenho interesse em publicar livros com minhas crônicas, que é o que sei escrever, parece que declinaram a ideia e nunca mais meu companheiro de jornal tocou no assunto.
O que eu gosto mesmo é de contar causos da minha Miracema, dos meus amigos da bola, da música e da vida. Gosto de homenagear quem merece destaque e lembrar aqueles aqueles que fizeram história, como muitos que destaquei nas colunas que escrevi no Dois Estados por mais de trinta anos e cá no blog há mais de dez, aliás com direito a boa audiência e um número de cliques de me deixar feliz.
Conto histórias, conto causos, lembro passagens e faço homenagens, é disto que eu gosto, como por exemplo, nos dias de festas na Terrinha lembrar do Jamil Cardoso, o prefeito que criou e organizou a nossa I Exposição Agropecuária e Industrial, lembrar de meus professores Télio Mercante, o Ferrugem, mestre da matemática e gênio da organização política, lembrar dos amigos de meu pai, que se tornaram meus bons companheiros e amighos, como Altair Tostes, os irmãos José, Jofre, Farid e Nacib, do João Menino, do José Heller, dos churrascos preparados pelo Amadeu Poly e as peladas no sítio do João Moreno.
Bicudo, sempre ele, me diz que tenho o dom de falar das pessoas e de contar causos. Concordo com ele, e aí eu tiro a sandália da humildade e digo que isto me levasse a Academia Brasileira de Letras eu teria um lugar garantido, gosto do que faço e faço o que gosto, sempre digo isto, mas quando toco neste assunto me vem à memória dois grandes amigos do meu pai, que herdei com muito orgulho, Jofre e Michel, ambos Salim, comerciantes na Rua Direita e responsáveis por muito do que sou hoje, principalmente pela minha vinda para Campos.
Não os chamo de Senhor aqui porque jamais os chamei de Senhor em nossa conversas, apesar da idade ser o dobro da minha, ou quase isto, estes homens se tornaram meus "amigos de infância", me incentivaram, e, nas prosas com eles surgiu um cara determinado, cheio de vontade de ser jornalista, radialista ou qualquer coisa relativa as letrinhas ou as "latinhas", Jofre e Michel sabiam mexer com meu ego e me abriram o caminho para o que sou hoje, aliás será que sou alguma coisa?
E é disto que eu gosto, conversar sobre minha amada Miracema, sobre meus amados amigos, contar minhas memórias é coisa para um futuro bem distante, mas confesso que vou começar a pensar no caso.
Comentários
estive em Miracema neste último fim de semana e me encantei com o movimento ´Em Miracema ou no cinema´; aliás, eu o vi passar na rua e reconheci-o. Cheguei no seu blog ao pesquisar na internet sobre o movimento. Não sei se te lembrarás de mim, mas sou filho do Denancy, irmão da Gilda e da Hosana; eu e alguns dos meus irmãos ficamos um pouco distante do que acontece em Miracema por estarmos em Belo Horizonte, naturalizados mineiros. Quando movido pela saudade, procuro sites que falem de Miracema, pouca coisa encontro, por isto foi uma grata satisfação encontrar o teu blog. Eu também mantenho um blog onde publico contos e crônicas, e como não poderia deixar de ser, conto histórias passadas em Miracema, sem às vezes declinar nomes e lugares, tais como o episódio Na Torre da Igreja, caso verídico acontecido comigo e com meu primo Maurílio Moreira (http://cronicasdeumasaudade.blogspot.com.br/2016/11/na-torre-da-igreja.html; A Mão, história sobre a mão de meu pai(http://cronicasdeumasaudade.blogspot.com.br/2016/11/a-mao.html); O Barranco; Paraoquena e outras.
Estarei acompanhando de perto as tuas publicações, pois os nomes que lembras falam-me fundo à memória.
Abraço,
Siovani Rodrigues Moreira.
Vou ler, com atenção e prazer o seu blog. Abraço e obrigado.