O nome dele é Ferradurão

Não chega a ser como nos tempos em que Dom Dom jogava no Andaraí, mas cá na Terrinha, no tempo que Polaca jogava no Miracema, só o velho estádio da Rua da Laje recebia os jogos dos campeonatos da cidade. 

O tradicional Campo do América, que pertencia ao Tupã, era pouco usado nos jogos e apenas alguns amistosos eram realizados por lá, o campo não tinha arquibancada ou sequer alambrado decente.

Na década de 1950 o prefeito Plínio Bastos de Barros promoveu uma excelente reforma no estádio da Rua da Laje e o transformou em Estádio Municipal, que mais tarde recebeu o seu nome. A bola rolou soberana por ali durante longos anos, até que no início dos anos 70 chegou a Associação Atlética Miracema, nascida da fusão entre Esportivo e Tupã, e o Campo do América recebeu melhorias como um belo gramado, vestiários, um alambrado e muros nas laterais e na frente, ficando assim próprio para receber bons jogos, apenas o público não tinha conforto, não vieram as sonhadas arquibancadas.

Em homenagem aos irmãos Zezé, Aimoré e Aírton, o clube batizou  reformado estádio com o nome de Irmãos Moreira, que hoje poderá ser disputado em um possível leilão que matará de vez toda a história de três clubes que marcaram época na cidade, Tupã, Esportivo e Associação Atlética Miracema.

Na metade da década 1970 começaram as obras de um novo estádio, ideia do então Deputado Luiz Fernando Linhares, lá no Alto do Cruzeiro, no lugar que chamávamos de Buraco da Égua onde as peladas matinais do Alvorada eram sagradas. As obras seguiram aceleradas em em dois ou três anos estava pronta a nova casa do futebol de Miracema.

A  grande dúvida era de como seria batizado o novo estádio, que depois de pronto teria a capacidade de receber um público aproximado de dez mil torcedores, comodamente sentados, em seu entorno. Alguém queria homenagear políticos, vultos históricos da cidade ou batiza-lo com nome de um ex-jogador nativo.

Nada agradava ao Deputado, que queria um nome diferente, sem enfiar política no seu negócio de família, e, em uma reunião de amigos, o ex-vereador Fanor Faria, num ato rápido e inteligente, olhou o estádio por cima onde ficariam as cabines de rádio e os dormitórios no futuro, e disse ao Luiz Fernando Linhares: "É igual a uma ferradura, vejam só, o formato tem o mesmo desenho de uma ferradura, então, por ser grande e está na moda, podemos batiza-lo de Ferradurão".

O deputado gostou, aprovou e a casa do Brasil EC, mais tarde Bandeirantes, recebeu o nome, não apelido, de Ferradurão e assim, até hoje, quando está em completo abandono segundo informações que recebi, apesar de ter sido rebatizado com o nome de Luiz Fernando Linhares, após sua morte, o estádio ainda é conhecido pelo nome original. 

Tudo bem, eram três estádios e o futebol, na década 1980, foi mais forte e mais animado em Miracema em todos os tempos, jogos nos três campos, Rádio Princesinha alimentando sonhos e esperanças, e ótimos jogadores surgindo para o cenário regional. Foi uma década de ouro para o futebol de Miracema e hoje...

Bem, esta história do hoje contaremos em outra oportunidade. Feliz Ano Novo. 

Comentários

TADEU MIRACEMA disse…
Sobre o estádio Plínio Bastos de Barros, começou a ser construído em 27/03/1954. A inauguração foi no fim do ano seguinte, mais precisamente em 27/12/1955. No próximo dia 12 de janeiro de 2016, a Associação Atlética Miracema completará 46 anos de sua fundação. É lastimável a situação do Ferradurão.

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